Sunday, December 30, 2007

10 TENDÊNCIAS DO MARKETING

(MARKETING HOT TOPICS 2008)
1. Mais por menos – Os consumidores exigem cada vez mais, querendo um valor acrescentado superior pelo que pagam para obter os produtos ou os serviços. A noção de valor torna-se um imperativo na gestão: valor para os accionistas, para os clientes, para os diferentes stakeholders.
Estão praticamente passados os tempos em que maior valor disponibilizado no mercado teria como consequência o consumidor estar disposto a pagar um valor mais elevado por esse produto ou serviço. A concorrência começa a fazer-se numa perspectiva em que se tem de disponibilizar um valor mais elevado no mercado, por contrapartida de um preço mais baixo, nalguns casos por consequência das tecnologias disponíveis, noutros por exigência dos consumidores.
As soluções “low cost” começam a surgir em muitos sectores de actividade e começam mesmo a assumir um fenómeno de lifestyle (desde as companhias aéreas aos supermercado, desde as agencias de viagem aos automóveis, até aos seguros); o cidadão cada vez mais consciente que se preocupa com uma mais eficaz aplicação dos seus rendimentos.

2. Me-marketing – Consumidores exigem e valorizam "um" marketing, uma oferta, uma comunicação personalizada, para si relevante e adequada às suas reais necessidades e interesses e ao grupo em que se integram (mais uma vez, do seu lifestyle).
A gestão de marketing e relacional assume um carácter de maior complexidade, pela coexistência dos fenómenos de globalização, generalização e padronização de comportamentos-tipo, ao mesmo tempo que os mercados se atomizam pelas necessidades e exigências de satisfação individual dos consumidores. A “industrialização” de processos de serviço defronta-se assim com a necessidade de ultra-personalização.

3. Digital, portátil, miniaturizado – O acesso à informação, ao entretenimento, em qualquer lugar, a toda a hora, em qualquer suporte. O consumidor exige a integração, coerência e disponibilidade de informação, no meio que entenda, a cada momento, no computador, PDA, telemóvel, etc. Em particular, este último já constitui um elemento indissociável - quase que "um orgão" do ser humano - do quotidiano, pessoal e profissional.
A digitalização, de documentos, processos, de imagem som e música, constituem já um fenómeno natural e expectável pelo consumidor. O digital implica e possibilita também a miniaturização e a integração de soluções múltiplas num mesmo equipamento, cuja caracterização e nome começa a ser difícil de estabelecer: telemóvel com computador, rádio, TV, PDA, etc. Ou computador, com TV, rádio e telemóvel?

4. Accountable – As empresas exigem que cada acção de marketing seja avaliada, em termos previsionais e depois da acção decorrida, quanto aos seus efeitos, valor e resultados. Necessidade crescente de avaliação de cada "euro marketing" dispendido (return on marketing investment), seu resultado sobre as vendas, sobre a rentabilidade da acção, sobre a rentabilidade total da empresa e mesmo sobre o reforço imagem e valor da marca.
Maior exigência de novos instrumentos e metodologias de avaliação das acções e de eficácia da media – as existentes são nitidamente insuficientes, sem um forte rigor e, por vezes, condutoras de conclusões insatisfatórias ou erradas.

5. NO–SPAM – Os consumidores tendem a rejeitar as mensagens que lhes não são directamente dirigidas e que não são relevantes. Mas este fenómeno não se passa unicamente nos ambientes digitais, net, outras, mas também no referente a todas as mensagens publicitárias qualquer que seja o suporte.
A proliferação e diversificação de meios de comunicação passa a coexistir, paradoxalmente, com a maior dificuldade em se atingirem os alvos pretendidos.
As pessoas começam a não dar atenção à publicidade não dirigida inserida pelos anunciantes em diversos meios de massas, de alguma forma interpretando-as como spam, isto é não desejadas. Isto não significa, no entanto, que a publicidade tradicional tenha já os seus dias contados, mas uma maior exigência na gestão dos meios e da sua eficácia.

6. Relationship Loyalty Branding - A fidelidade dos consumidores raramente se faz em relação aos produtos. Os consumidores fidelizam-se a estilos de vida, a "ambientes" com os quais se identificam, a marcas.
O investimento nas relações tem de passar pelo conhecimento aprofundado do consumidor e pela relação individualizada.
Os product managers passam a coexistir com relationship brand managers. A avaliação da fidelização dos clientes, na medida em que aporte resultados no médio e longo prazo, constituirá um dos elementos fundamentais de avaliação da performance empresarial e dos seus colaboradores.
As empresas bem sucedidas são as que conseguirem, não só criar marcas relevantes mas que, em consequência, souberem investir no seu reforço e penetração junto dos seus alvos.

7. Experiencial e Divertido - A comunicação comercial será, cada vez mais, experiencial. O contacto com o produto, com a oferta, deverá ser propiciado através da opção e escolha do potencial consumidor.
As marcas procurarão, na sua relação com os clientes e potenciais clientes, criar situações experienciais que possam conduzir a situações sensoriais e emotivas condutoras de afectividade e mais elevada memorização.
O "tryvertising" constituirá, crescentemente, um meio de levar a oferta disponibilizada ao potencial cliente, pois pressupõe um carácter de permissão, não intrusivo, experimentado por decisão do potencial consumidor.

8. Ética, Responsabilidade Social e Sustentabilidade - As marcas continuarão - outras começarão - a adoptar estratégias globais privilegiando a responsabilidade social e a cidadania.
Mais do que apoiar causas sociais – o que muitas empresas já fazem e, desejavelmente, o continuarão a fazer, a perspectiva global e de uma visão holística da organização do negócio, irá provocar a existência de empresas verdadeiramente conscientes e “parceiras” da humanidade.
A conscencialização e o reforçar movimentos internacionais em torno das preocupações ambientais, conduzirão as empresas a rever os seus processos produtivos e de negócio, de forma a torná-los mais eficientes, não só economicamente, mas na sua inserção no eco-sistema.
O grau de consciência e de preocupação dos cidadãos com os temas eco-ambientais será tendencialmente mais elevado, conduzindo à sua preferência e premiação das marcas responsáveis, consumindo os seus produtos e aumentando a estima por elas.
Para temperar a situação, as perspectivas empresariais de resultados de curto prazo são, em consequência, confrontadas com a sustentabilidade dos médio e o longo prazos.

9. Networks sociais - Os meios digitais têm vindo a facilitar e a acelerar a comunicação humana, no seio de grupos organizados e de afinidade de todo o tipo e a rápida difusão de mensagens positivas ou negativas. A interacção das pessoas no seio dos grupos tende a aumentar e a ganhar relevância como forma de contacto, aproximação e afinidade.
As marcas continuarão a penetrar esses grupos, procurando os ambientes em que melhor se possam aproximar dos seus alvos.
O word-of-mouth passa a ser uma técnica gerida estrategicamente pelas marcas, de forma integrada e activa nas suas estratégias de comunicação e não de forma reactiva como tem sido a situação na maioria dos casos, tentando criar e explorar os advogados e apóstolos dessas marcas.

10. Reorganização da função marketing - Se os tradicionais departamentos de marketing parecem perder as funções típicas (em torno dos "4 P's"), o marketing começa a invadir todos os departamentos empresariais. Assumem um maior papel de relevo, algumas áreas com crescente especialização, como o trade marketing, a comunicação corporativa e de marca, a comunicação integrada, o CRM. Surge já, no topo de algumas organizações, a figura do Chief Customer Officer, entidade pertencente à administração da empresa que centra a sua preocupação profissional na defesa dos clientes e sua stiafação.
Começará a firmar-se igualmente a tendência para a interdisciplinaridade e interfuncionalidade na condução de grupos de trabalho, projectos e até unidades de negócio.

Dezembro 2007

Saturday, December 29, 2007


Finalmente o Governo apresentou a primeira aplicação – campanha – da Marca Portugal. Como já tive oportunidade de referir anteriormente, julgo que o conceito (West Coast) está bem muito conseguido e, numa perspectiva de continuidade, poderá apoiar – apoiar, não alterar só per se – a mudança de percepção externa face ao nosso país. Também a utilização de portugueses bem sucedidos e reconhecidos internacionalmente, ajuda a reposicionar a imagem que outros têm de Portugal.
Contudo, “soube-me a pouco”. Após este mais de um ano de “interregno”, seria de esperar mais, para além da utilização de outras figuras de incontestável relevo internacional também e, principalmente, de um maior desenvolvimento do conceito e de algo em substância mais impactante, em linha com os objectivos e desígnios estratégicos para o futuro da economia e da sociedade portuguesa em geral. Na realidade, as características de uma dada marca – com as especificidades próprias de que não se trata de uma marca comercial, mas de uma marca-país – devem ser reflectidas no seu posicionamento, este consequência de um dado projecto, de uma dada estratégia global, reflexo de um projecto de sociedade. Assim, falta-nos, talvez, a ponte para o futuro, a projecção do que queremos ser, do tal projecto tecnológico?
Dezembro 2007

Wednesday, December 26, 2007

BRAND TABOOS - Prefácio ao livro de Carlos Coelho e Paulo Rocha



Carlos Coelho e Paulo Rocha, dois dos fundadores da Novo Design, tiveram um papel pioneiro, e até inovador, no domínio do design e do branding em Portugal. A irreverência da empresa, publicamente personificada pelo Carlos - que até por vezes não era compreendida ou inquietava os clientes mais conservadores - constituía uma postura clara contra o “establishment” de tipo “siesta” (vamos a ver se a crise passa...) e a insatisfação, quanto à mediocridade, o não auto-questionar de algumas organizações e o não querer mudar, pelo próprio medo e risco que alguma mudança iria implicar.
Pudemos constatar que esse comportamento “irreverente” foi gerador de algumas melhorias/alterações de comportamento no mercado, em particular também no domínio das agências. Ao momento, era frequente comentar-se: “a Novo Design e a Nova” são, de facto, criativas e inovadoras. E estes dois senhores, tinham a ver com isso.

Bem, mas vamos ao livro agora publicado. Cinquenta artigos pretendem pôr a claro e desmistificar os taboos existentes em torno das marcas. Brand Taboos constitui, de alguma forma, o pôr a nu a genealogia do ADN das marcas, caracterizando o ambiente, os actores, os apóstolos, mas também as condicionantes e os detractores, no meio dos quais elas são criadas e geridas.

“Uma marca é um misto de sabedoria e magia”, afirma Carlos Coelho e eu concordo em absoluto. É também este o fascínio que podemos encontrar no marketing – cujo papel, entendemos, é o de estar na base e servir de instrumento à construção, gestão e desenvolvimento das marcas.

Se me é permitida uma nota pessoal, foi também isto que me fascinou, embora economista e “quantitativista” de formação quando, no limiar dos anos 90, comecei a ter contacto e a trabalhar em marketing, a capacidade de “misturar”, em doses nunca previsíveis à partida, a observação, o conhecimento e a sistematização, tão comuns e base das ciências, à magia, criatividade e inovação, elementos tão característicos da arte.
Claro que arte sim mas, neste caso, posta ao serviço do negócio, das organizações, dos objectivos registando-se, por vezes, uma quase clivagem, diria “intelectual”, entre quem tem de gerir um produto, um serviço e uma marca, os “marketing/brand managers”, e os designados “criativos” (a propósito, não tenho a certeza se concordo com esta designação, não porque o não sejam, mas porque, em rigor, todos o deveríamos ser nas nossas actividades).
Continuando a falar de mim – já não falta muito para acabar! – mas tão só tentando-me colocar como um exemplo de um profissional de marketing, dizia eu que tenho andado profissionalmente “do lado de cá” (dos clientes), interpretei como um desafio, a sugestão do Carlos Coelho – um excelente profissional “do lado de lá” (das agências) - ao convidar-me a fazer o Prefácio da edição em livro destes co-branded Taboos.
Embora não se trate exactamente da mesma situação, confesso que sempre me fascinou a dicotomia que normalmente todas as situações da vida envolvem – em particular quando transpostas em escrita - na relação profissional (cliente/agência, vendedor, marketing-serviço/cliente); na relação humana (homem/mulher, pais/filhos); na sociedade (políticos/cidadãos, cobradores de impostos/pagadores de impostos).

Brand Taboos é escrito por uma “dupla criativa”, não só na óptica da metalinguagem própria da profissão, mas pelo facto de se tratarem de duas pessoas que colocam a criatividade ao serviço do que fazem.
Brand Taboos é uma colecta de textos-avulso anteriormente publicados, mas de certo pensada em conjunto; tem um tom descontraído, bem disposto, quase sempre provocatório, quanto necessário, mas sério no que se refere ao intento, para despertar algumas mentes, que não se limitem a propalar a criatividade e a inovação mas, acima de tudo, que a exerçam e pratiquem. E, alguns desses, lamento, embora com algumas atenuantes, estão “do lado de cá”.

Uma marca é uma ideia, um conceito, que se imagina numa relação de “um para muitos” ou de “um para um” quando levado ao limite – ou à “perfeição” - mas que necessita de um “nursering” permanente.
Uma marca é um ser vivo, mas tem a particularidade, contrariamente aos outros seres vivos, que pode até nem morrer, caso as condições em que viva e, sobretudo, a capacidade e forma com que seja tratada, correspondam às condições ideais, certo que muito dificilmente previsíveis a longo prazo mas, de certo, planeáveis.
A marca tem “uma alma” latente na ideia, no conceito do seu criador, que muitas vezes se não distingue deste: a Virgin confunde-se e é a expressão da personalidade de Richard Branson; a Apple é o fruto da irreverência de Steve Jobbs.

As marcas são o 5ª Poder – como as designou a APPM no Congresso Internacional de Marketing realizado em 2002 – pelo valor que assumem e a força que podem exercer sobre os consumidores determinante, nalguns casos, do seu próprio lifestyle, através de experiências, sensoriais, físicas ou psicológicas, cujo impacto tem conduzido à constituição de verdadeiras “tribos” de apóstolos defensores dos valores por elas retratado. Como afirma Kevin Roberts, CEO Saatchi & Saatchi, as marcas procuram despertar “o amor” e “a paixão” daqueles, através do “mistério, sensualidade e intimidade” com que conseguem com eles interagir.

A marca é – deve ser, tem de ser - a paixão de quem a lança, mas a sua sobrevivência dependerá da paixão que possa vir a despertar em quem, ela se relaciona, os “tratadores” da marca e os seus clientes.
Mas, tal como na vida, no amor e na paixão entre os humanos, é necessário para que não se apague, um alimento e um cuidado permanentes, traduzido na inovação, diferenciação, relevância e capacidade de excitação na relação que envolve. Afinal a marca é, na sua essência, uma relação entre humanos temperada com valiosos intangíveis, únicos, “ADNeicos”.

Uma referência à pertinência e interesse dos estudos de mercado, algumas vezes referida no texto. Conhecer o consumidor sempre foi e será um objectivo e uma ambição dos profissionais de marketing e vendas. A questão não está aí. O problema–base é o de como se medem e interpretam os comportamentos e se avaliam as necessidades dos consumidores e dos humanos não subestimando, claro, a eventual genialidade do criador.
Não pode haver nenhum estudo de mercado/milagre. O conhecimento pressupõe a junção de todas as formas de avaliação e relação sendo que, por vezes, algumas metodologias actuais, ou alguns pedidos de clientes, limitam-se a avaliar o que os consumidores expressam, como politica e socialmente correcto, “para que não seja muito caro”.
De qualquer forma, se Akio Morita não foi perguntar aos consumidores se desejariam ter um walkman, antes de ele ser lançado e de aqueles conhecerem o produto, certo que a Sony sempre esteve atenta ao mercado, estudando e analisando as tendências comportamentais e evolução de lifestyle dos consumidores, de forma a criar um conceito baseado na mobilidade e no entretenimento, neste caso traduzido no walkman.

A criação de uma marca é um exercício complexo, multidisciplinar, que envolve o topo das organizações, o seu núcleo estratégico, os desejavelmente parceiros, da sua agência de branding, mas necessita de um mentor, de uma visão, de um “ideota” (é esse o segredo das grandes marcas de sucesso).
A marca apresenta características humanóides, na medida em que ela é uma construção de um ambiente de relação entre pessoas, logo habita um espaço e um ambiente próprio dos humanos.

Os autores caracterizam o ambiente, as envolventes da criação e gestão de uma marca. O entusiasmo subjacente a toda a envolvente da criação de marcas e ao papel desenvolvido pelos autores nos últimos anos neste campo, transporta o leitor para um ambiente assumidamente, apaixonado, critico e incisivo, por vezes até de lamento, quanto às condicionantes que este trabalho envolve, por vezes, a não compreensão das estruturas de topo – afinal também o “drama” dos “outros” profissionais de marketing nalgumas organizações – quanto à pertinência e relevância do tema para o sucesso das empresas.

Muito interessante o estilo, o diálogo e a própria dialéctica subjacente à conjugação dicotómica dos textos. Carlos, o estratega, o “intelectual”, mas com grande experiência prática, desenvolve um discurso num tom mais didáctico, informativo e formativo; Paulo, personifica “o contrapoder”, “o prático”, “quem tem de fazer”, quem sofre os apuros de “pôr a mão a massa” utilizando, talvez por isso, um tom mais figurativo e por vezes de “escárnio”. E no fim do dia – no verdadeiro sentido da frase! - para além da conceptualização, base da estrutura de todo o trabalho que o branding impõe, será o Carlos que enfrenta o cliente e o tem de o convencer da bondade das suas propostas.

Carlos deixa como principais temas actuais do branding, a conquista e a sedução (o “tunnel of love”), a experiência da relação, a fidelização e a traição do consumidor.

Sou, como o Carlos e o Paulo, dos que acreditam que a marca é o principal activo de uma empresa e, em termos económicos, um dos principais activos de um país. Em consequência, num panorama de escassa produção literária, tanto teórica como prática, e também de não muitas experiências de negócio neste domínio em Portugal – em parte, ou grandemente, pelos “taboos” existentes, saúda-se o lançamento do Brand Taboos.

Quero aqui expressar um grande abraço aos autores, desejando ao leitor que passe um bom momento ao ler este livro. Vai passá-lo certamente, se é como nós um apaixonado das marcas e da sua gestão ou, não o sendo, se se dispuser - sem qualquer presunção da nossa parte – a ter, descontraidamente, uma sessão “de formação”, preferiria talvez dizer, de reflexão, sem dúvida importante para o seu negócio.
Finalmente, será também uma imersão importante dos “do lado de cá” naquilo que é o trabalho, os problemas, constrangimentos e dramas de “quem está do lado de lá”, mas que no fim de contas e, em rigor, está no mesmo barco e ao “nosso” serviço, pelo menos daqueles que têm uma clara visão de futuro e querem ser bem sucedidos nos negócios.
Brand Taboos, um contributo valioso para o desenvolvimento de uma melhor plataforma de relação e compreensão entre os “dois lados”, que afinal são um só!

Outubro 2007
Carlos Manuel de Oliveira

Thursday, December 13, 2007

Marketing Compass 2007_EMC_main conclusions

Marketing departments have weaker influence and control on historical “4 Ps” strategies and tactics (pricing, distribution)
European Marketing Confederation presents findings of
“Marketing Compass 2007”

Lisbon, 13 December 2007 – Surveying 630 marketing executives in 12 European countries, the Marketing Compass 2007, shows a decreasing control of the traditional 4 Ps in marketing (product, place, price and promotion), more particularly for the latter two, with respectively 30% and 21% of respondents feeling they exert control. 83% of participants mention brand management as the discipline of the future.
The study shows that the internet has become the primary information source for marketers. The print media loose impact.

Marketing departments start to have weaker influence and control on historical “4 Ps” strategies and tactics (pricing, distribution), and this despite a growing tendency for marketers to participate and be integrated in cross-functional inter-discipline workgroups - an increasing importance of the role of marketing departments.

The study also shows that customer retention and loyalty and customer recruitment and renewal, to be the major concerns for companies. Surprisingly though, a significant number of them do not seem to be interested in the level of satisfaction of their customers. Only 22% declared to regularly measure it; with a mere 19% saying they actively take this feed-back into account.

Heading marketers’ concerns is the requirement of new skills (40%), followed by the need for a better information management (34%) and a higher participation in strategic overall decisions of their companies (32%). 29% plead for a better balance between private life and work. Strategic thinking and a perceptive and insightful posture, are considered the most important characteristics of a marketing executive.

Carlos Manuel de Oliveira, the recently elected new Chairman of the European Marketing Confederation (EMS), presented the main conclusions of the 2007 Edition of the EMC’s “Marketing Compass 2007”. This study was carried out over a period of four months and was promoted directly by EMC’s associations to its members. 630 professionals from twelve countries (*) participated in this study, more than 80% holding senior positions, representing SMEs as well as large corporations and thus covering the global spectrum of economic activities. The main goal of this survey was to measure issues and topics marketers and companies face, evaluating the level of relevance and getting personal viewpoints.

Carlos Manuel de Oliveira stated “The Marketing Compass survey is a very important instrument, to measure the feelings of the market in the areas of marketing, management and sales. The exercise will be repeated in 2009.”

(*) countries participating in the “Marketing Compass 2007”: Portugal, France, Denmark, Finland, Belgium, Greece, Czech Republic, Sweden, United Kingdom, Germany, Switzerland

Hill & Knowlton, Brussels Office

About EMC
The European Marketing Confederation (EMC) is the umbrella organisation for marketing, sales and communication associations in Europe. Operating since the 1960s, the Brussels headquarter was established in 1993. EMC's membership covers most of the Western European countries and is extending towards the Central & Eastern European countries. Our members are national and regional business and marketing associations and confederations from: BE, CAT, CZ, DE, DK, FI, FR, GR, IE, NL, PT, SE, RU, TR, UK and ZA. This network covers more than 250,000 marketing, sales and communication professionals across Europe.
EMC has recently launched the EMQF, European Marketing Qualifications Framework, the first pan-european accreditation qualifications scheme for the marketing and sales profession.

Wednesday, December 12, 2007

Marketing Compass 2007_EMC_principais conclusões

Carlos Manuel de Oliveira, Presidente eleito em Junho 2007 da European Marketing Confederation, apresentou as principais conclusões da primeira edição, de 2007, do estudo “Marketing Compass”, levado a cabo por esta organização. O estudo decorreu durante um periodo de quatro meses e foi promovido directamente pelas associações da EMC aos seus membros.

Cerca de 630 profissionais, representando 12 países, participaram no survey; mais de 80% detinham posições séniores nas suas instituições, desde pequenas e médias empresas a grandes organizações, cobrindo um espectro variado de actividades económicas.

Este estudo teve como principal objectivo analisar alguns dos mais importantes assuntos e tópicos com que as empresas e os marketers se confrontam actualmente. A pesquisa tentou obter alguns pontos de vista pessoais, assim como avaliar o nível de relevância, compromisso e de prioridades para as suas empresas.

De acordo com o “Marketing Compass”, a lealdade, fidelização e captação dos clientes, bem como a Inovação, são actualmente as principais preocupações para as empresas. No entanto, e surpreendentemente, um grande número de empresas continua ainda a não medir o nível de satisfação dos seus clientes.

No que concerne ao futuro do marketing, assiste-se a uma tendência crescente da participação e integração de marketers em grupos de trabalho multi-funcionais, interdisciplinares e multi-especializados, com o objectivo de estabelecer uma plataforma de concepção de oferta e de relação com os clientes, que envolva todos os processos da empresa; uma importância crescente do papel desempenhado pelos departamentos de marketing, ao nível das estratégias das empresas – embora tenhamos vindo a constatar uma diminuição da influência e do controlo sobre as estratégias e tácticas dos tradicionais 4 P’s, em particular, na distribuição e no pricing.

Finalmente, a gestão da marca é reconhecida como uma das prioridades estratégicas das organizações.

No topo das preocupações dos marketers, estão a necessidade de adquirir novas capacidades, melhor gestão de informação e um melhor equilibrio desejado entre a sua vida privada e o trabalho.

Carlos Manuel de Oliveira acredita que o “Marketing Compass” é um instrumento de acentuada relevância, permitindo medir, com uma frequência bi-anual, as percepções das empresas dos diferentes mercados nacionais em relação ao marketing, gestão e vendas.

Hill & Knowlton, Lisboa

Sobre a EMC
A EMC é a organização que engloba as associações de marketing, comunicação e vendas europeias. É actualmente constituída por dezassete membros, representando quinze países europeus (França, Portugal, Grã-Bretanha, República Checa, Alemanha, Suécia, Grécia, Finlândia, Irlanda, Holanda, Bélgica, Turquia, Rússia, Ucrânia e Dinamarca) e a África do Sul. Fundada em 1963, tem sede em Bruxelas desde 1963.

Saturday, October 20, 2007

A IX SEMANA NACIONAL DO MARKETING NO 40º ANIVERSÁRIO DA APPM

O TRIBUTO QUE SE IMPÕE

Como temos vindo a anunciar, o ano de 2007 é de particular relevância para a APPM, pelo simbolismo que sempre se atribui a um aniversário “redondo”.
É este o 40º ano de actividade desta organização, efeméride sempre de comemorar, principalmente pelo pioneirismo assumido pelas nossos colegas fundadores, numa época em que de marketing pouco ou nada se falava em Portugal e, mesmo, se tinha alguma desconfiança quanto ao seu interesse e formas de actuação.
Foram, de facto, pioneiros da matéria, empresários, dirigentes de empresas com algum toque académico encontrado no então ISCEF, actual ISEG, Instituto Superior de Economia e Gestão.
Deixamos aqui o agradecimento, que cremos colectivo desta classe de profissionais e certo, da forma de fazer negócios em geral, pelo impacto que esta ciência e arte de gestão vieram a introduzir nas suas práticas, pelo papel informativo, formativo e dinamizador, que aqueles profissionais lideraram durante alguns anos.
Agradecimento expresso aqui vivamente àqueles que ainda hoje estão connosco – como o grande dinamizador da ideia, Dr. Luis Barbosa, actual Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, e homenagem a alguns deles que infelizmente já nos deixaram, como o primeiro Presidente desta organização, designada ao momento SPC(M), Dr. Manuel Duarte Pereira. O nosso tributo também a outros membros dos primeiros Corpos Sociais, Drs. Bráulio Alves Barbosa, Raul Baptista Nunes, João Frazão de Faria, António Alves Martins, Acácio Pereira Magro, Júlio Cândido Ferreira, Carlos Quintanilha Mantas, Abel Pinto Repolho Correia, Carlos Jorge da Costa Barral, Samuel Levy, André do Nascimento Rafael Correia, Luís Justino Lopes Gregório, Augusto Leite Ferreira dos Santos e Fernando da Silva Figueiredo.
Finalmente, e não em menor grau, o agradecimento também a todos os restantes colegas que passaram ao longo dos anos pela Direcção, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal da SPM, agora APPM.

A IX SEMANA NACIONAL DO MARKETING

A Direcção encabeçada pelo Dr.Vicente Rodrigues à qual tivemos também, no seu último mandato, o prazer de pertencer, levou então a cabo no ano de 1999, um novo conceito que veio a florescer, a desenvolver-se e a criar uma posição única no domínio da informação e divulgação técnica do marketing e da gestão em Portugal. Referimo-nos à Semana Nacional do Marketing e aos diversos eventos que a compõem.
Dois grandes Congressos, “Congresso Internacional de Marketing”, dirigido aos profissionais e o “Congresso dos Estudantes de Marketing e Comunicação”, constituem hoje dois exemplos únicos no panorama deste tipo de eventos em Portugal. O “Salão Português de Marketing” e os “Encontros do Marketing”, completam o panorama de uma Semana rica em acontecimentos desta área do conhecimento e da prática empresarial.
Objectivamente, procura a APPM em cada ano, trazer à discussão o que mais de novo povoa o cenário da teoria e da prática da disciplina, actualmente indissociável da gestão.
Tentamos percorrer as diversas áreas da prática e da teoria do marketing, através de muitos especialistas, académicos, consultores, gestores, marketers numa palavra só, portugueses e estrangeiros.
O Congresso deste ano foi designado por “Disruption Point”. Mais uma vez vamos falar das novidades, mais para uns que para outros certamente, mas sempre trazidos sob a promessa da qualidade e profissionalismo que as suas personalidades, empresas e marcas, colocam no mercado.
Disrupção pressupõe Inovação, mas é perante ela ainda mais exigente. Exige o despertar da criatividade latente em todos, mas muitas vezes não totalmente aproveitada, quer pela demasiada habituação e comodidade na adopção das práticas “habituais”, quer por vezes pela inexistência de condições concretas nas empresas, que facilitem e permitam a assumpção de novos riscos, por vezes disruptivos, que sempre a inovação implica.
Mais uma vez este ano, - e acreditamos muito no que fazemos – ousaríamos dizer que será um dos melhores painéis jamais vistos em Portugal num só evento. Grandes responsáveis empresariais, consultores, professores, virão trazer o que de melhor se faz a nível do marketing actual.
Os recursos de uma organização como a nossa, não obstante o seu papel único, são sempre escassos. Dependem dos nossos sócios, dos nossos patrocinadores, daqueles que estão presentes nos nossos eventos.
Apesar dos elevados custos de organização que uma “Semana” destas implica, mantemos teimosamente o intuito de, desde 1999, continuar anualmente a levá-la a cabo. Cremos que isso é do interesse dos nossos associados, dos profissionais de marketing e gestão, da nossa economia.
Sabemos que a evolução se faz, na maioria dos casos, através de descontinuidades introduzidas na “forma tradicional de fazer as coisas”, na capacidade de inovação, na disrupção. Por isso, entusiasmámo-nos em organizar o Congresso deste ano em torno deste tema.
Estamos, uma vez mais certos, que nos iremos confrontar, entre os próximos dias 25 e 31 de Outubro, com apresentações de elevada qualidade e experiências que, mais que não seja, nos ajudarão a despertar para o equacionar da pertinência da forma como fazemos as coisas e o encarar do futuro numa lógica que muitas vezes, não será mais do que pôr em causa tudo o que fazíamos anteriormente.
Todos gostamos falar de inovação, será mesmo “politicamente correcto” o fazermos, mas muitas vezes, por nossa iniciativa passiva, ou por condicionamentos que nos impõem, quase que rejeitamos implicitamente “a mudança”.
Acreditamos que não é necessário destruir tudo o que se fazia anteriormente, pondo em causa “tudo”, pressupondo que será passado “está mal”. O que é necessário é estar desperto e ter a capacidade de critica e auto-crítica para pensar se podemos fazer diferente e melhor.
Queremos acreditar que esta Semana e os 2 Congressos que dela fazem parte, para os profissionais e para os estudantes do ensino superior nos sirvam, aos que já trabalham e aos que estão a terminar a sua formação para o virem a fazer, para em um ou dois dias afastados do nosso quotidiano habitual, para ouvir especialistas, trocar experiências e colocar-nos numa atitude auto-reflexiva quanto às nossas práticas de trabalho, com o objectivo de aumentarmos o seu resultado e melhor contribuirmos para o crescimento e desenvolvimento económicos do nosso país.
Por diversas razões 2007 é um ano de muito significado para nós. A APPM comemora o seu 40º aniversário; fomos eleitos para a presidência da Confederação que agrega e representa os profissionais de marketing europeus, a EMC; Portugal assume a presidência da União Europeia e um português encabeça os destinos da Comissão Europeia... e, vá lá, não obstante os resultados obtidos, também pela primeira vez conquistámos uma presença no Campeonato do Mundo de Râguebi!
Mas, retomando o sentido desta nossa Nota, esperamos por si nos eventos que se aproximam. Esteja connosco nesta nova Semana do Marketing. Ela é feita a pensar em si.

Carlos Manuel de Oliveira
Presidente, APPM
Chairman, EMC, European Marketing Confederation

Monday, October 01, 2007

SOBREVIVER EM CRISE

Conversando há uns dias com um amigo meu, entre duas bebidas num dos fancy bars da capital, dizia-lhe eu: tenho de escrever um texto para uma revista e no meio de tanta coisa, ainda não tive tempo de pensar sobre que assunto o deveria fazer. Ele disse, já pensaste como os últimos desenvolvimentos nos mercados mundiais têm vindo a ter cada vez mais implicações em todas as áreas dos negócios?
Pois é, boa ideia! Na realidade, factos sucessivos parecem cada vez mais dificultar as tarefas e os negócios dos profissionais de todas as áreas de actividade e as funções de todos os profissionais.
O preço do petróleo parece não deixar de subir; a crise imobiliária nos EUA conduz a novos impactos na economia americana, logo na mundial; o preço das matérias primas agrícolas começou a disparar; o euro sobe em relação ao dólar; regista-se aparente dicotomia entre as intenções do FED e do BCE quanto ao nível das taxas de juro; e nós, temos de recuperar o atraso tradicional e estrutural da nossa economia face aos níveis médios europeus. Não é tarefa fácil. As opiniões, com carga política evidente, dividir-se-ão, se estaremos no bom caminho, o que é certo é que a imaginação e o saber dos gestores é desafiada aos seus limites. Neste campo, o papel dos profissionais de marketing é certamente mais difícil. Mais difícil, pela requerida sempre maior imaginação para inovar; mais difícil pelas circunstâncias de sermos um pequeno país aberto à concorrência mundial; mais difícil, porque em tempos de crise, nem sempre há uma leitura correcta da função marketing nas empresas, sendo os orçamentos dedicados a esta “função” ainda mais limitados, em particular nas empresas de menor dimensão.
Certo que o ultrapassar desta situação requer, no domínio das maiores empresas, uma assumpção que o marketing é estratégico para a gestão empresarial; no domínio das pequenas e médias empresas, da libertação do sufoco a que são sujeitas pela pressão sobre os pagamentos - ou o atraso deles – que as grandes unidades fazem sobre as unidades de menor dimensão, estrangulando a sua tesouraria, colocando-os por vezes no limiar da sobrevivência, ao sofrerem pressões de todo o lado, dos fornecedores, pelos prazos de pagamento e corte eventual de fornecimentos; dos clientes, pelos atrasos nos pagamentos dos produtos fornecidos; pelo Estado, cego e não contemplativo, quanto ao IVA facturado mas, muitas vezes, não recebido; pelos colaboradores, que justamente querem receber os seus salários; a banca que nestas situações pouco apoia.
No meio disto tudo, numa sociedade em que se tenta incentivar o empreendedorismo – o que, aliás, concordamos - mas na qual as situações concretas do seu exercício não são muito favoráveis, resta concluir que a vida de pequeno empresário é difícil, estando muitas vezes totalmente focalizada na sobrevivência e não na desejável expansão e inovação do negócio.
Outubro 2007

Saturday, September 01, 2007

Alteração de comportamentos requer-se com urgência

O Verão está a acabar, não o Verão que todos estávamos habituados mas, diria, o Verão possível dadas as presumíveis alterações climáticas a que começamos a estar sujeitos.
O ser humano é, verdadeiramente, um ser estranho. Como diria o meteorologista Anthímio de Azevedo, o Homem é o único elemento do ecossistema que contribui para a destruição deste.
Não apelamos aqui a discursos, mais ou menos "políticos", no sentido partidário do termo, mas sim à capacidade que todos - pessoas, enquanto cidadãos e agentes económicos, sociedades e países - deveríamos ter, para encarar a realidade de frente e concluir das consequências, o que não parece difícil, do que estamos a fazer.
Na realidade, uma inflexão significativa no ritmo e no grau de destruição que se está a infligir aos recursos, passa pela alteração quase radical de comportamentos individuais e colectivos o que, certamente, não é fácil que aconteça. Passa pela conscencialização de cada um, mas principalmente da assumpção colectiva dos políticos e dos empresários, do reequacionar das suas estratégias empresariais, da utilização dos recursos, dos processos de produção, distribuição e comercialização.
Cimeiras mundiais são certamente importantes, mas é preciso que se cumpra o acordado e encontrar uma forma politicamente possível de responsabilizar quem não queira ratificar os acordos a que se chega.
Também cada profissional, ao seu nível, e referiríamos aqui os de marketing, são responsáveis por propor estratégias de negócio, de marketing, sustentáveis, pelo menos, não agressoras do meio ambiente.
No Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para todos e da não discriminação, não preparemos um mundo, para o qual – radicalizando a situação - não venha a haver seres humanos que possam então desfrutar de um cenário para o qual alguns, justamente, lutaram mas que, não tenham oportunidade de o viver!
CMO

Wednesday, August 01, 2007

Portugal no centro das novas maravilhas do mundo

Num país que continua orgulhosamente a lutar pela sua “emancipação”, no que se refere ao reconhecimento internacional, à capacidade de fazer e realizar, à qualidade que empresta ao que faz, considero que estamos uma vez mais de parabéns pela realização do evento das “7 Maravilhas do mundo”.
Não se trata de falar sobre a ideia ou a concepção que tem a sua paternidade, mas todo o fenómeno de gestão e realização antes e durante a cerimónia final recentemente realizada em Portugal.
De facto, quer a Realizar, que já tinha sido responsável pela concretização da “Nossa bandeira”, da Final da Taça UEFA, ou do “Logótipo humano”, de entre muitos outros eventos, quer a Young & Rubicam Brands, estão de parabéns e nós, portugueses, deveremos estar agradecidos. Para quem teve a possibilidade de ir ao Estádio da Luz ou de ver o espectáculo na televisão, tratou-se de um evento que certamente não ficou atrás de outras realizações de projecção internacional, como os grandes eventos de espectáculo que sempre precedem ou iniciam, uns Jogos Olímpicos, ou outros eventos de igual dimensão e projecção.
Certo que os recursos necessários para um projecto deste tipo assumem uma dimensão enorme, mas é preciso acreditar, ter a criatividade, a capacidade de iniciativa, de mobilizar apoios e, certamente, o muito gozo que será o concretizar de algo como isto.
E não deixa de ser estranho, no fim do espectáculo alguns questionarem-se, quem terá sido o criativo, o produtor, certamente um estrangeiro! Bom e mau. Bom porque, de alguma forma significa que reconhecemos talento e qualidade no que vimos. Mau, porque continuamos a ter uma grande dificuldade de auto-estima, de nos assumirmos, acreditarmos e defendermos as nossas capacidades.
Se nos queremos afirmar em Portugal e no mundo, nas artes, nos negócios, temos de começar por acreditar internamente em nós próprios, ou como se diz no marketing, ou nas vendas, só conseguimos vender uma coisa se verdadeiramente nela acreditarmos.
São estas grandes realizações que contribuem, de entre outras certamente, para ajudar a melhorar a imagem de Portugal no mundo.

Agosto 2007

Saturday, July 21, 2007

Carlos Manuel de Oliveira eleito presidente da EMC

O presidente da Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing foi recentemente nomeado presidente da European Marketing Confederation, para o período de 2007/2009.

in Expresso, 21 de Julho de 2007

Monday, July 02, 2007

É NECESSÁRIO UM ESTADO AO SERVIÇO DOS CIDADÃOS (FAZER CHEGAR O MARKETING AO ESTADO)

Por ocasião do jantar de aniversário da APPM, Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing, Luís Barbosa, criador da ideia da organização, seu ideólogo e fundador no ano de 1967 afirmava, “o Estado necessita de se colocar ao serviço dos cidadãos e não os cidadãos ao serviço do Estado”. Na perspectiva deste gestor, tendo as empresas “aprendido” com o mercado a forma de serem bem sucedidas, de responder e se colocar ao serviço dos consumidores, haveria que aplicar essa prática às instituições públicas.
É minha opinião que, porventura as instituições do Estado, não obstante serem periodicamente referendadas pelos cidadãos, pelo facto de não terem concorrência, exercem o seu poder “monopolista” não colocando os seus “clientes” em primeiro lugar, como personagens centrais na determinação das suas politicas, faltando-lhes “a filosofia de marketing”; não são humildes perante o mercado, comportando-se majestaticamente perante os “seus súbditos”.
A afirmação carece naturalmente de justificação, mas será difícil sustentá-la? Certa e infelizmente que não. É só escolher por onde começar. Pela justiça? Pela exclusão social? Pela ....
É escandaloso o que uma empresa ou uma pessoa têm de passar – de sofrer – quando no seu caminho se cruzam as teias da justiça. Aqui não faltam exemplos. Anos e anos à espera de reparações que se justificariam de imediato.
E o fisco? O cidadão perante o fisco é como uma criatura indefesa perante a qual muitas vezes se inverte o ónus da prova. O cidadão paga... os serviços enganam-se... reclamam novamente o pagamento... o cidadão tem de provar que pagou, senão paga outra vez! E, entretanto, vão pagando sempre os mesmos. E o Estado até tem o poder majestático de impedir que os seus serviços paguem àqueles que para eles trabalhem, nem que esporadicamente, de receber os seus salários, caso estes tenham alguma dívida ao Estado. Como é isto possível? E as dívidas do Estado e das Câmaras municipais aos cidadãos? Quem paga? Ah, mas ao cidadão é-lhe exigido que pague de imediato, mesmo que tenha a receber dívidas monstruosas do Estado!
Pois é, o Estado é muito eficiente a cobrar impostos. E se o fosse também em todas as outras áreas?
E, entretanto, se a empresa fizer um fornecimento, mesmo que não receba do cliente, terá de pagar o IVA, isto é financiar o Estado sobre um valor que poderá não ter recebido...
A sinalética das estradas, dos locais, dos edifícios... Só dá para rir, ou para chorar, mas ninguém é responsável. É mesmo necessário um GPS para andar em Portugal!
E a burocracia, que não obstante algumas melhorias, ainda prolifera, pelos serviços, poluindo a celeridade dos processos e das decisões.
Não queremos dizer que “as culpas” são deste governo. Aliás, para o cidadão – e para aqueles que já cá andam há alguns anos e já atravessaram muitos governos, muitas políticas, até diversos regimes – isso é irrelevante. O que interessaria é que as coisas não estivessem como estão. O problema é que se falam hoje das dificuldades que se falavam há 10, 20, 40, 50 anos!
E onde está o guichet de reclamações? Quem se pode assumir como responsável de tudo o que deveria e não foi feito?
Estaremos melhor agora certamente do que há algumas décadas atrás, sim, mas temos de ser exigentes e querer muito mais.
O objectivo não é ser destrutivo nem pessimista. Bem antes pelo contrário. Gostaríamos era de deixar de ver o nosso pais sempre em último lugar ou quase na maioria dos rankings qualitativos... e, como dizia Luís Barbosa, passar a ver o Estado ao serviço dos cidadãos e estes serem muito mais exigentes perante “os seus fornecedores”.

PS – A propósito. As máquinas da EMEL continuam a ficar muitas vezes com o nosso dinheiro. E como reclama o cidadão? Se deixar o carro sem ticket ainda é multado. E como prova o referido?


Julho 2007

Thursday, April 05, 2007

PORTUGAL MARKETING AWARDS 2007


Vote nos seus preferidos em www.appm.pt.
E, depois, não perca a oportunidade de ver os vencedores, no dia 9 de Maio, no Casino Estoril.
Assegure a sua presença. Reserve já o seu lugar.

OS TRÊS “EU”(s)

Num destes dias, em conversa ao almoço com alguns amigos do mundo marketing e das tecnologias, reflectíamos sobre o futuro e, em particular, o impacto, que as ditas “novas tecnologias”, teriam/terão sobre o comportamento das pessoas.
O ponto de partida era o de todos termos filhos - entre crianças, adolescentes e alguns já adultos – alguns de nós darmos aulas na universidade e daí a “velha”, mas sempre nova, questão da relação entre gerações, da “aculturação” dos mais novos e da “reintegração dos menos novos” no mundo estonteante da informação actual.
Comentava que, em termos psicológicos, o nosso comportamento – pelo menos daqueles que usam plenamente os meios de informação digitais disponíveis – poderá ser avaliado na tripla personalidade que poderemos assumir, consoante as situações: o “1º eu”, aquele que é projectado pelo comportamento relacional que temos, no dia a dia, na sociedade, face aos amigos, familiares, colegas e outros; o “2º eu”, projectado por aqueles que, por exemplo, são utilizadores e agentes activos no “Second Life”, e o “3º eu”, aquele que poderia ser detectável pela utilização que fazemos dos motores de busca na Internet.
O “1º eu”, será aquele “real”, mas que na prática é fruto do que queremos parecer aos outros, da imagem que queremos projectar, do que pensamos ser “politicamente correcto”. Logo, essa “realidade” poderá não reflectir o que somos de facto; o “2º eu”, será aquele que, provavelmente, gostaríamos de ser e que por alguma razão não somos ou, em alternativa, um outro “eu” experimental. Para quem não está tão a par deste “Second life”, trata-se de um website onde cada um, ao aderir, poderá “formatar” uma personagem à sua medida, incorporando na mesma as características, pessoais, de personalidade, comportamentais, profissionais, sociais, que julgue mais interessantes, na realidade um “alter ego”. Neste ambiente, em princípio não iremos projectar “o que somos”, mas o que gostaríamos de ser. Finalmente, o “3º eu”, aquele que somos quando procuramos na nossa intimidade e o sigilo possível de uma ligação ao ciberespaço através de qualquer PC, dialogando com uma máquina, sobre os múltiplos assuntos em que estamos interessados, através de palavras-chave, de pesquisa de informação, as quais certamente revelarão aquilo que somos mas não queremos que se saiba. Este último, ou mais precisamente o “googlar” que muitos de nós fazemos, será certamente uma fonte riquíssima de informação sobre nós próprios e tão real quanto possível.
Aparentemente, ao considerar este último leio, teríamos descoberto uma mina de informação que, se explorada, poderia “na realidade” revelar os interesses, as necessidades, as motivações verdadeiras de cada consumidor individual e que constituiria, assim, um must para os researchers e para os marketeers, um complemento aos mais recentes estudos de neuromarketing.
Mas, cuidem-se os marketeers, não há “bela sem senão”.O paradoxo está, em que se viéssemos a descobrir “que estaríamos a ser descobertos”, a própria essência e futuro destes motores de busca estaria em causa. Poderia ser o fim do modelo de negócio ou, se o não fosse, provavelmente passaríamos a ter um comportamento naquele meio, diferente do que temos agora, fingindo alguma coisa, logo não projectando o nosso verdadeiro “eu”.
Complexo o comportamento humano... E a tecnologia, poderá ter alguns perigos. Desejavelmente, que possa restar ainda alguma intimidade e a preservação da ética na sociedade e nos negócios.
2 Abril 2007

Tuesday, April 03, 2007

Rebranding do mundo

DO BRANDING DOS PRODUTOS AO NECESSÁRIO REBRANDING DO MUNDO
Já lá vai o tempo em que os portugueses– naturalmente aqueles a quem este assunto poderá interessar - carpiam mágoas pelo facto das personalidades internacionalmente mais eminentes, nos domínios da cultura, da economia, da gestão e dos negócios nunca virem a Portugal, expor as suas ideias, teorias ou práticas.
Em campos muito diversos, temos nos últimos anos assistido ao reverso da situação. Recentemente, e nos domínios do marketing e do branding, dois grandes especialistas estiveram no Porto, no âmbito de uma Conferência sobre o tema das marcas.
Não quereria também deixar passar, num outro âmbito, a Conferência proferida por Al Gore, sobre a sua/a nossa Verdade Inconveniente. Congratulamos o facto de um opinion maker mundial – e vamos agora esquecer as notas mais críticas que têm sido feitas nestas situações à personagem em causa, sobre algum eventual “oportunismo” mediático ou financeiro – fazer esta cruzada para ajudar uma maior conscencialização da verdade, que parece que todos queremos ignorar.
Mas, voltando ao branding, as intervenções de Jean-Noel Kapferer e Nirmalya Kumar - mundialmente reputados professores da HEC/Paris e da London Business School, com diversas incursões na Northwestern University, “de” Philip Kotler - abordaram temas actualmente na primeira linha de preocupação dos gestores de marketing e dos gestores em geral.
Tema cada vez mais relevante, o da emergência das “low cost”, na aviação, nos supermercados, nas agências de viagem ou no rent-a-car.
Chegou o momento em que o consumidor começa a ter capacidade de exercer “o seu reino” de cliente.
Crêem aqueles especialistas, que o fenómeno das “low cost” não é uma moda temporária, mas sim o despertar para novas oportunidades de mercado e o emergir de novos modelos de negócio, que correspondam ao sentir dos consumidores, quanto a propostas de valor que lhes sejam adequadas em termos de serviço, de produtos e de preço. Curioso que muitos dos actuais utilizadores dos serviços destas companhias, não são necessariamente “quem tem menos dinheiro”, mas quem tem uma perspectiva talvez de maior rigor na avaliação preço/qualidade do que lhe é oferecido.
As marcas que já conquistaram a confiança do mercado terão muito a ganhar neste domínio, desde que entendam que se trata efectivamente do desenho de novos modelos de negócio e não só o “vender mais barato”; as novas marcas terão de conquistar essa confiança, a qual certamente não será inatingível, desde que as suas propostas assentem na transparência, qualidade, rigor, em valor para o cliente.
Março 2007

marketing_mania

marketing_mania
Viva o meu blog!!!
Pois é, o ciberespaço parece que também tem os seus segredos. O meu blog andou perdido algures no éter, desde Novembro do ano passado. Se tentássemos aceder, directamente através do URL, ou através do Google, lá vinha a mensagem misteriosa que esse blog não existia!!!
Desde aí, confesso, que tenho andado também perdido no espaço da net e, numa dessas esquinas virtuais, lá voltei a re-encontrar os meus "feelings" sobre o marketing e, assim, re-alimentar a minha "mania" do mesmo.
Bem, então prometo voltar brevemente!