Num país que continua orgulhosamente a lutar pela sua “emancipação”, no que se refere ao reconhecimento internacional, à capacidade de fazer e realizar, à qualidade que empresta ao que faz, considero que estamos uma vez mais de parabéns pela realização do evento das “7 Maravilhas do mundo”.
Não se trata de falar sobre a ideia ou a concepção que tem a sua paternidade, mas todo o fenómeno de gestão e realização antes e durante a cerimónia final recentemente realizada em Portugal.
De facto, quer a Realizar, que já tinha sido responsável pela concretização da “Nossa bandeira”, da Final da Taça UEFA, ou do “Logótipo humano”, de entre muitos outros eventos, quer a Young & Rubicam Brands, estão de parabéns e nós, portugueses, deveremos estar agradecidos. Para quem teve a possibilidade de ir ao Estádio da Luz ou de ver o espectáculo na televisão, tratou-se de um evento que certamente não ficou atrás de outras realizações de projecção internacional, como os grandes eventos de espectáculo que sempre precedem ou iniciam, uns Jogos Olímpicos, ou outros eventos de igual dimensão e projecção.
Certo que os recursos necessários para um projecto deste tipo assumem uma dimensão enorme, mas é preciso acreditar, ter a criatividade, a capacidade de iniciativa, de mobilizar apoios e, certamente, o muito gozo que será o concretizar de algo como isto.
E não deixa de ser estranho, no fim do espectáculo alguns questionarem-se, quem terá sido o criativo, o produtor, certamente um estrangeiro! Bom e mau. Bom porque, de alguma forma significa que reconhecemos talento e qualidade no que vimos. Mau, porque continuamos a ter uma grande dificuldade de auto-estima, de nos assumirmos, acreditarmos e defendermos as nossas capacidades.
Se nos queremos afirmar em Portugal e no mundo, nas artes, nos negócios, temos de começar por acreditar internamente em nós próprios, ou como se diz no marketing, ou nas vendas, só conseguimos vender uma coisa se verdadeiramente nela acreditarmos.
São estas grandes realizações que contribuem, de entre outras certamente, para ajudar a melhorar a imagem de Portugal no mundo.
Agosto 2007
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