Wednesday, January 18, 2006

A "marketing"_mania do rigor


(Imagem cedida por www.bonsai.com.pt)

Há alguns dias, num jantar de carácter empresarial em que muitas vezes estamos envolvidos, discutia-se um qualquer assunto sobre o qual veio à colação o tema do marketing e da ética.
Dizia um dos nossos interlocutores - falando de um programa de televisão como um produto - que há alguns programas que têm sucesso "à custa do marketing, esquecendo-se completamente questões ligadas à ética e ao que seria socialmente desejável aparecer no dito meio".
Esta noção - errada - existe ainda em muitas cabeças. Parece daqui inferir-se que, há o lado bom da vida - ético, puro - e depois o lado mau, condenável - o do marketing.
O marketing não tem, necessariamente - não deve e não pode mesmo - ser separado da ética. Não se deve confundir, marketing, comunicação, persuasão com "falta de ética". O marketing tem de respeitar - e respeita na maioria das vezes - os princípios éticos da sociedade.
No sentido actual do termo, de certo modo que o marketing é uma forma de melhor ajudar o relacionamento com um dado alvo - disponibilizando-lhe aquilo que lhe seja relevante - por parte de uma entidade, empresa ou organização, com os sem fins lucrativos, que desenha um produto ou um serviço, que àquele se destina, e está em conformidade com os seus interesses.
E isto foi proferido, não naturalmente por um profissional de marketing, mas por um responsável de uma empresa de alguma dimensão no nosso mercado.
Não façamos confusões!
O marketing tem "destas", todos falamos quer percebamos ou não alguma coisa "dele".
Tentemos ser um pouco mais rigorosos.
Afinal ler um bocado, nem que seja passados alguns anos da nossa passagem pela escola, não faz mal a ninguém.

Carlos Manuel de Oliveira

2 comments:

Cláudia Vau said...

Concordo, Carlos! Recaem muitas vezes as mesmas acusações sobre as Relações Públicas, como se a comunicação "profissional" não tivesse enquadramento ético e deontológico.
O que se verifica, infelizmente, é o seguinte: quando fazemos bem o nosso trabalho, estamos apenas a cumprir a nossa missão; quando que se verifica uma excepção - um caso de má conduta - os cépticos "esquecem" a regra e o preconceito dos ignorantes fica reforçado («"eles" são irresponsáveis, imorais, não olham a meios», etc.).

paulo alexandre said...

Enquanto prevalecer a "cultura de leigos" que iguala marketing a charlatanice, vamos ter mais afirmações destas. Enquanto marketing for redutormente equivalente a (má) publicidade. Por isso este blogue tem também uma função pedagógica.
Se pensarmos nos escândalos financeiros sucessivos que têm abalado as bolsas (Enron, Parmalat, etc) facilmente se vê que os vilões estou em todo o lado. Não é uma questão de "disciplina" mas de ética.