Tuesday, December 16, 2008
FELICIDADE EM TEMPOS DE CRISE... E NÃO SÓ
O produto interno dos EUA caiu 0,5% entre Julho e Setembro. A economia europeia tem registado igualmente reduções dos níveis de actividade. Os indicadores da conjuntura portuguesa têm revelado desaceleração do investimento e do consumo privado.
Os responsáveis políticos do mundo reúnem-se e adoptam medidas de excepção no apoio às suas economias, perante uma das mais acentuadas crises que há memória.
Os cidadãos actuam simultaneamente como actores “activos” da crise, no seu papel de produtores e, de alguma forma ,“passivos”, na sua vertente de consumidores. Activos, como também responsáveis pela crise, passivos enquanto alvos e receptores dessa mesma crise.
As economias evoluem. Só os velhos do Restelo poderão afirmar que não se vive melhor hoje que há décadas atrás. Crise após crise, tudo actualmente se mede, da produção à venda e ao consumo. Mas, e a felicidade? Mede-se? Qual o nível de felicidade do cidadão comum nos tempos actuais?
Afinal, a organização social, económica e politica, só existem como forma de melhor se atingirem objectivos comuns de bem estar e de felicidade. Mas será que a felicidade, em si, será um objectivo prosseguido por aqueles responsáveis. Pensamos que não.
Não colocamos obviamente em causa que a felicidade terá de passar pelo reequilíbrio das economias, pela resolução das crises.
Mas, a economia não pode existir como um fim em si mesma, isto é, a organização económica não poderá funcionar como mecanismo de reprodução de valor, sem que as gerações absorvam esses resultados, de forma a aumentarem o seu nível de satisfação e de felicidade.
É evidente que a felicidade é de certo modo um conceito geral, no limite, individual e único para cada pessoa, mas esse não tem sido certamente o motivo que move os políticos e fundamenta as suas politicas.
Um desafio que se poderia/deveria colocar era o de se pensar num programa politico, económico e social que visasse “a felicidade” como mote principal. Talvez a proposta não pareça nova, mas sim a abordagem o será.
Talvez perguntando aos cidadãos, qual a sua perspectiva de felicidade, tentando depois integrar os resultados na base das diversas politicas.
Creio poder afirmar que o povo português não é um povo feliz. Historicamente, temos sido enquanto pessoas conscientemente ou não, impactados pelo determinismo secular pessimista que sofremos, o qual nos coloca sempre numa situação de insatisfação permanente, perante qualquer contrariedade.
Observemos o comportamento de alguns outros povos, cujos cidadãos, perante uma situação sócio-económica mais desfavorável, reagem sempre pela positiva, mostrando um sorriso e rindo em todas as ocasiões.
Parece, assim que, para além do que foi referido, talvez tenhamos necessidade de uma terapia social de choque que enfatize as nossas realizações e feitos, saliente o que temos de bom enquanto nação e características comportamentais, aumentando o nosso grau de auto-estima e felicidade...talvez a criação do Ministério da Felicidade!
Um Bom Natal e um Excelente e Feliz 2009
CMO
Dezembro 2008
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