Tributo a um produtor de áudio mas, sobretudo, a um Amigo
Deixou-nos, subitamente, um amigo pessoal e um homem do áudio-visual e da publicidade, João Henrique, partner do estúdio Páteo das Cantigas. Este é um tributo pessoal, mas que entendo ser plenamente devido a quem, há alguns anos, andava neste nosso meio.
Morte estúpida, como serão todas, mas esta cedo levou um empreendedor, um entusiasta, um insatisfeito com a inacção, um homem daqueles que não estava à espera de nada, das coisas que acontecessem, ele próprio lutava para que elas acontecessem.
É triste que, se “alguém” comanda a vida, e alguns de nós acreditam que sim, não nos permita entender as razões e os desígnios destes acontecimentos e, aparentemente, penalize “os bons”.
O João, proprietário do conhecido estúdio, há muitos anos que andava nos meandros do entretenimento e da publicidade. Tinha acabado de chegar da Guiné. Sempre com novas ideias, novos projectos, novos horizontes. Agora a Guiné, depois de algumas incursões exploratórias anteriores em Angola e “um olho” sempre aberto para descobrir novas oportunidades.
Grande capacidade criativa caracterizava a sua personalidade. Uma nota musical, e logo era capaz de em alguns minutos compor uma melodia. Há largos anos tinha concorrido à vertente nacional do Festival da Eurovisão. Uma ou duas palavras sobre uma empresa ou uma marca, e logo era capaz de criar uma frase publicitária. Algumas assinaturas de campanha, como a de um conhecido hipermercado, são da sua autoria.
Grande amigo do seu amigo. A sua abertura e dádiva pessoal, colocava-nos quase sempre na posição de quem está sempre em “débito” de amizade para com ele. Não por “táctica” própria mas, por outro lado, pela indisponibilidade que muitas vezes temos para dedicar a cada um o tempo que nos merece.
Tinha acabado de inaugurar o novo estúdio há escassos três meses. Orgulhoso disso, do investimento que conseguiu erguer, era um Homem que “não via pequeno”. Falava sempre com entusiasmo das novas instalações, dos novos e sofisticados equipamentos, da última tecnologia, da sua diferenciação, da potencialidade técnica de fazer bem.
Tal era a sua imaginação, capacidade criativa e vontade de fazer, que por vezes era difícil seguir o seu raciocínio, tal era o turbilhão de novas ideias para projectos que tinha em mente e queria realizar, normalmente não sozinho, tentando agregar aqueles com os quais a concretização da sua ideia lhe parecia fazer mais sentido, por vezes rasando os limites da ingenuidade.
Por tudo isto, e com grande emoção ao escrever estas linhas, que não são uma lamecha, mas um tributo a ti, João, Amigo, empreendedor, idealista, um Homem daqueles que fazem com que a vida tenha mais sentido, pela amizade e solidariedade, os negócios avancem e o país não pare.
E ao Páteo, os votos de continuação do bom trabalho efectuado.
Carlos Manuel de Oliveira,
in, revista Marketeer, Maio 2006
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