Tuesday, April 03, 2007

Rebranding do mundo

DO BRANDING DOS PRODUTOS AO NECESSÁRIO REBRANDING DO MUNDO
Já lá vai o tempo em que os portugueses– naturalmente aqueles a quem este assunto poderá interessar - carpiam mágoas pelo facto das personalidades internacionalmente mais eminentes, nos domínios da cultura, da economia, da gestão e dos negócios nunca virem a Portugal, expor as suas ideias, teorias ou práticas.
Em campos muito diversos, temos nos últimos anos assistido ao reverso da situação. Recentemente, e nos domínios do marketing e do branding, dois grandes especialistas estiveram no Porto, no âmbito de uma Conferência sobre o tema das marcas.
Não quereria também deixar passar, num outro âmbito, a Conferência proferida por Al Gore, sobre a sua/a nossa Verdade Inconveniente. Congratulamos o facto de um opinion maker mundial – e vamos agora esquecer as notas mais críticas que têm sido feitas nestas situações à personagem em causa, sobre algum eventual “oportunismo” mediático ou financeiro – fazer esta cruzada para ajudar uma maior conscencialização da verdade, que parece que todos queremos ignorar.
Mas, voltando ao branding, as intervenções de Jean-Noel Kapferer e Nirmalya Kumar - mundialmente reputados professores da HEC/Paris e da London Business School, com diversas incursões na Northwestern University, “de” Philip Kotler - abordaram temas actualmente na primeira linha de preocupação dos gestores de marketing e dos gestores em geral.
Tema cada vez mais relevante, o da emergência das “low cost”, na aviação, nos supermercados, nas agências de viagem ou no rent-a-car.
Chegou o momento em que o consumidor começa a ter capacidade de exercer “o seu reino” de cliente.
Crêem aqueles especialistas, que o fenómeno das “low cost” não é uma moda temporária, mas sim o despertar para novas oportunidades de mercado e o emergir de novos modelos de negócio, que correspondam ao sentir dos consumidores, quanto a propostas de valor que lhes sejam adequadas em termos de serviço, de produtos e de preço. Curioso que muitos dos actuais utilizadores dos serviços destas companhias, não são necessariamente “quem tem menos dinheiro”, mas quem tem uma perspectiva talvez de maior rigor na avaliação preço/qualidade do que lhe é oferecido.
As marcas que já conquistaram a confiança do mercado terão muito a ganhar neste domínio, desde que entendam que se trata efectivamente do desenho de novos modelos de negócio e não só o “vender mais barato”; as novas marcas terão de conquistar essa confiança, a qual certamente não será inatingível, desde que as suas propostas assentem na transparência, qualidade, rigor, em valor para o cliente.
Março 2007

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