Sunday, November 12, 2000

O e-marketing e a II Semana Nacional de Marketing

1.O tema da II Semana Nacional de Marketing e o . Qual é o ponto de situação do mercado nacional nesta matéria? As empresas já estão sensibilizadas em relação às novas tecnologias? Em que sentido? O que falta ainda fazer?

Julgo não se poder afirmar que a maioria das empresas portuguesas – nomeadamente as PME ‘s - se encontrarão totalmente sensibilizadas para a utilização das novas tecnologias, como o aproveitamento dos chamados meios remotos, como a Internet. No entanto, como já tive oportunidade de referir, penso que os marketeers portugueses se encontram tão informados como os seus pares de qualquer outro país europeu, para poderem vir a desempenhar o motor de transformação necessário à modernização das empresas.

Em consequência, o processo que poderá acelerar esta evolução e modernização, passa pela contratação de gestores e marketeers especializados; pelo papel a desempenhar pelas autoridades económicas, nomeadamente a nível das infraestruturas de ensino, pelas associações patronais, pelas empresas de consultoria e pelas novas empresas incubadoras de negócios.

Acrescentaria, no entanto, que embora as novas tecnologias tenham vindo a conduzir ao alargamento da panóplia de canais de distribuição, elas próprias vieram possibilitar não só isso mas, principalmente, a viabilidade e diria mesmo a imprescindibilidade para as empresas, de encarar formas totalmente novas de fazer negócio, mesmo no domínio dos produtos e serviços já existentes. Quero dizer com isto, que o consumidor tem hoje à sua disposição meios que lhe permitem obter um máximo de informação, de proceder às suas escolhas de uma forma interactiva e actuante, donde as empresas vencedoras no futuro serão as que tiverem a capacidade para responder a esta cada vez maior exigência e conseguirem antecipar e propôr as soluções mais individualmente adequadas a cada um. Trata-se, na realidade, da capacidade prática em estabelecer uma relação pessoal com o cliente no limite, totalmente integradora, das experiências anteriores bi-laterais, qualquer que tenha sido o local, meio ou canal de contacto.


2. De que modo as novas tecnologias podem auxiliar a técnica de marketing?

As novas soluções tecnológicas – de software e hardware de informação e de comunicações – vão precisamente possibilitar a sistematização e a organização do registo de factos e dos momentos de contacto – dos já designados por momentos de verdade - em informação, a qual permitirá responder às questões que acabei de referir. Estamos claramente no domínio, usando alguma já metalinguagem dos marketeers, do Entreprise Resource Planning (ERP), do Customer Relationship Management (CRM) e da integração de soluções e plataformas Intranet/Work flows e Internet/Extranet, na própria organização das empresas.

Os desenvolvimentos das tecnologias de comunicação (www, serviços wap, televisão interactiva, telemóveis de 3ª geração) estão/irão permitir dar impulsos significativos ao que se poderia designar pelo “Martini Marketing” (em qualquer lugar, a qualquer hora, e de qualquer forma), atendendo à cada vez maior mobilidade do consumidor e desejo inerente de comprar ou utilizar serviços quando e onde entende que o quer fazer.


3. Qual foi o montante investido para a realização deste seminario?

O V Congresso Português de Marketing (V CPM) constitui o ponto central da II Semana Nacional de Marketing. Estamos a falar de um conjunto vasto de eventos, que vão desde o que designamos por Iniciativas Regionais, que estão a decorrer de norte a sul em todo o país, em 13 e 14 desta semana; o V CPM, a decorrer na FIL, Parque das Nações, em 15 e 16; o Encontro Nacional de Estudantes a realizar no mesmo local, na sexta-feira 16 e, a finalizar, a Festa do Marketing a ter lugar na noite também do último dia da Semana.

Constituindo as iniciativas regionais um encargo directo das diversas universidades e institutos superiores, a APPM presta no entanto um apoio traduzido, pela integração coerente na temática da Semana, por alguma cobertura mediática e pela presença pessoal- nos casos em que nos é possível – de alguns dos nossos membros da direcção. Estamos, contudo, a falar de um programa vasto e ambicioso, pelo que o respectivo orçamento ultrapassa os 30 mil contos, valor muito significativo se atendermos que a APPM é, naturalmente, uma organização sem fins lucrativos e cujas fontes de receita são as quotizações dos nossos associados e as contribuições dos nossos sponsors anuais e empresas apoiantes.


4.Quais são as suas expectativas em relação ao evento? Porquê?

Temos grandes expectativas em relação aos eventos desta II Semana, subordinados ao tema
“e-marketing”..
No que se refere ao Congresso, ele está dividido em oito secções e duas mesas redondas. Pretendendo-se dar uma perspectiva integral desta problemática, cada uma das secções corresponde a um sub-tema, desde o enquadramento até à especialidade e ao pormenor: e-millenium, e-strategy, e-consumer, e-business, e-access/e-distribution, e-finance, e-communication/e-advertising, e-instruments. As mesas redondas debruçar-se-ão sobre os Novos Negócios e as Novas Formas de Fazer Negócio na Nova Economia e sobre os Actuais e os Novos Media.

Conseguimos congregar um naipe de empresas e oradores nacionais e estrangeiros de elevadíssima qualidade. Gostaria de referir, a nível dos oradores estrangeiros, os representantes da Amazon.com, da Nokia Internacional e da Oracle, empresas líderes da chamada Nova Economia; Louis Delcart, Presidente da European Marketing Confederation, orgão europeu federador dos profissionais de marketing, de que a APPM é membro representante dos marketeers portugueses; Stan Hunter, Reitor do Oxford Business College; Marian Salzman, worldwide director da Intelligence Factory, conhecida business futurist e por alguns apelidada de nova guru do marketing.

A nível nacional, contamos com a presença de diversos especialistas que ocupam lugares de topo no meio empresarial e académico, o Prof.Adriano Freire (UCP), Eng.Jorge Coimbra (IDC), Dr.António Bernardo (Roland Berger), Dra. Ana Beirão (One-to-One), Eng.Rogério Canhoto (PT Prime), Dr.Luis Reis (Sonae.com), Dr.José Graça Bau (TV Cabo), Eng.Sérvulo Rodrigues (BES.com), Dr.Carlos Vasconcellos Cruz (Trade.com), Dr.Carlos Duarte (Oni), Dr.José Poças Esteves (PWC), Dr.Luis Timóteo (Cap Gemini E & Y), Dr.Amadeu Paiva (Unicre), Dr.Paulo Vila Luz (BPI net), Dra. Vera Nobre da Costa (Y&R), Dr.Mário Rui Santos (24/7 Media), Dr.Paulo Santos (Bates), Dr. Carlos Lacerda (Microsoft), Dr.Pedro Morais Leitão (Media Capital), Dr.Luciano Patrão (Lusomundo), Dr.Camilo Lourenço, Dr.Miguel Dias de Carvalho (Giganetstore).

Perante o conjunto qualificado dos oradores, e a excelente adesão de congressistas a este nosso evento, temos um elevado nível de expectativa quanto ao interesse e qualidade destes eventos.

Gostaria, em consequência, e refiro isto enquanto profissional pela riqueza de troca de experiências e conhecimentos que espero vir a adquirir neste evento, de recomendar vivamente que, caso o nosso leitor seja um profissional de marketing ou de gestão, empresário ou académico envolvido na problemática do marketing, não deixe de estar presente no nosso Congresso. Não serão muitas vezes aquelas a que poderá assistir a uma intervenção de Marian Salzman, ou à reunião, num só evento, de tantos reputados profissionais e académicos.


5. O quê e que se pode esperar do marketing em Portugal, nos próximos tempos?

O que não se poderá esperar do marketing e dos marketeers portugueses é um alheamento das rápidas evoluções a que os mercados, os negócios e os consumidores se encontram sujeitos.
A aplicação dos conceitos, princípios e práticas do marketing, por parte dos seus profissionais, constituirá o único motor possível do desenvolvimento da chamada “Nova Economia”.
Em síntese, penso que a Nova Economia é/será o resultado do redesenho das cadeias de valor, numa perspectiva multicanal, desde a empresa ao cliente, no mundo físico e virtual, através da integração das soluções mais eficientes e motivadoras de uma relação continuada com este último.

Caberá de entre outras áreas, certamente à área das tecnologias de informação e de comunicação, mas eu diria em primeiro lugar, ao marketing e aos seus profissionais estar na vanguarda destas transformações.
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Carlos Manuel de Oliveira
Entrevista ao Jornal de Negócios, 12 Novembro 2000

Wednesday, February 09, 2000

CRM e estrategia global de negocio

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CRM e estratégia global de negócio

Actualmente, não será já mais possível haver um encontro em que o marketing em particular, ou a gestão em geral, estejam em foco, em que não se aborde o tema do Customer Relationship Management.
É curioso referir que embora estes conceitos só se tenham vindo a projectar recentemente, nada ou muito pouco se alterou no respeitante aos conceitos-base e à essência do marketing:
“Conhecer os clientes e as suas necessidades e disponibilizar-lhes uma oferta que os satisfaça e dê resposta aos seus interesses, atitudes e estilos de vida”.
Ou, como referem os Anglo-Saxões:
“Who’s the customer? “What’s the offer?”

- Mas, então, qual a razão do especial enfoque que esta problemática tem recentemente vindo a ter?
- Como se enquadra o CRM numa estratégia global de negócio?

Sabemos que, nas duas últimas décadas, processaram-se alterações significativas, a nível económico, social e tecnológico.
Se tomarmos o lado da oferta, no âmbito dessas alterações - potenciadas pela desregulamentação de alguns mercados e actividades - tem-se registado um elevado aumento da concorrência, pela criação de novos palcos competitivos, um ambiente promocional forte e pelo acesso a novas tecnologias de comunicações e de informação.
Do lado da procura, os consumidores estão cada vez mais informados, são cada vez mais exigentes e menos fiéis.
Em consequência, as empresas tendencialmente vêm as suas margens reduzidas, sendo que o custo de captação/angariação de um novo cliente é igualmente cada vez mais elevado, nalguns casos referido como o quintúplo da retenção de um cliente existente. Por outro lado, verifica-se que normalmente, e do lado dos proveitos, o resultado por cliente tende a elevar-se ao longo da vida de relação com o mesmo.

Não resta então, outra alternativa que não passe pela maior focalização nos clientes existentes, na relação individualizada com cada um deles, em suma pela prática de um dos outros princípios do marketing “tratar clientes – que são diferentes – de uma forma necessariamente diferente”, criando as condições para uma crescente satisfação e decorrente fidelização e lealdade à empresa.
Este processo é, contudo, atingível por etapas, desde a satisfação até à lealdade. A fidelidade e a lealdade do cliente é algo que se tem de construir ao longo do tempo e não decorre, necessária e imediatamente pelo facto do cliente poder estar eventualmente satisfeito com o produto ou com o serviço.

Como refere Jill Griffin, no seu livro "Customer loyalty: how to earn it, how to keep it" , publicado em 1995, em Nova Iorque, existem oito etapas ou estádios que o cliente poderá atravessar na relação com uma empresa: suspeito, prospecto, cliente primeiro utilizador, cliente repetente, cliente, membro, advogado, parceiro.
A arte consistirá na empresa gerir as acções tendentes a que o potencial cliente atravesse cada uma das fases, de forma a progressivamente solidificar a relação com a empresa:

- Suspeitos - aqueles que poderão teoricamente consumir o produto. De entre estes deverá a empresa determinar quais osque poderão ser considerados prospectos.
- Prospectos - aqueles que terão um interesse potencialmente elevado por aquele produto. De entre estes haverá que eliminar os que poderão não ser interessantes para a empresa, em virtude do seu risco ou potencial reduzida rentabilidade previsional.
- Primeiros utilizadores - aqueles que dentro dos anteriores prospectos, a empresa terá conseguido converter em primeiros utilizadores.
- Clientes que repetem a compra - mas que continuam a comprar das empresas concorrentes.
- Verdadeiro cliente - o que opta por comprar na empresa e deverá, em consequência, ser objecto de um tratamento especial.
- Membros - o novo desafio potenciado pela criação de um programa de fidelização que atraia e desenvolve o interesse do cliente pela fixação da relação.
- Advogados - aqueles que entusiasticamente recomendam a empresa a outros.
- Parceiros - aqueles que entendem os valores da empresa como seus e estão interessados em trabalhar em relação estreita e de parceria com a empresa, aportando-lhe as suas sugestões e ideias.
A fidelidade – a conquista dos membros - assumirá, assim, um estado superior da relação, o qual será maximizado quando o cliente atingir a fase que designaríamos por lealdade: os advogados e parceiros. Um cliente leal, será aquele que assume como seus os valores da marca e que os defende perante os seus eventuais delatores.
O alargamento das novas formas de acesso do cliente – em particular através dos canais interactivos (Internet, Televisão, Quiosques Multimedia) – em que este pode tomar opções sem um contacto directo pessoal com o prestador de serviço - obriga a uma atenção especial na forma e no conteúdo como é apresentada a oferta, em especial para os clientes com repetição de compra.
Poder-se-à dizer, que a um tradicional mercado de oferta, no qual todos os esforços são concentrados nas actividades de pré-venda e de venda, se irá cada vez mais suceder um mercado de procura, em que o consumidor sendo confrontado perante uma dada oferta, flexíval e customizável, é ele que muitas vezes sem uma influência, física e pessoal, do vendedor toma a decisão de compra.
O alargamento das formas e opções de contacto conduz igualmente à necessidade de se dispôr de um sistema de informação global e integrado, que reflicta todos os contactos havidos, através da referida multiplicidade de canais de acesso: o contacto pessoal na loja, o contacto telefónico, a resposta ao mailing enviado, a operação efectuada através da net.
Alguns operadores, como é sabido, têm vindo a disponibilizar um serviço ao cliente que reflecte, não só as transacções anteriormente efectuadas, mas o perfil detectado das respectivas preferências.
Procura-se, desta forma, criar no cliente a percepção que ele não é unicamente um anónimo dentro de um milhar de outros, mas um cliente específico que tem determinados gostos e interesses, relativamente diferenciáveis.
Dando um exemplo, já hoje "clássico", qualquer cliente da Amazon.com tem as suas preferências identificadas, assumindo claramente esta empresa o conhecimento da relação anterior e o aconselhamento de determinados tipos de produtos, atendendo àquele referido perfil detectável através da relação tida ao longo do tempo. Outros exemplos poderiam ser dados, como a Dell Computers, a American Airlines, a cadeia de hotéis Marriott.
Complementarmente, e no mesmo sentido de gerir a relação e a lealdade do cliente, várias empresas têm procedido ao lançamento de programas de fidelização e de clubes, premiando e recompensando a frequência de utilização: companhias aéreas, gasolineiras, bancos e emissores de cartões de crédito, cadeias hoteleiras.
Mas, para ganhar a lealdade do cliente, é necessário que este sinta uma forte confiança e uma forte relação de serviço da empresa com que se relaciona.
Neste sentido trata-se, de certa forma, de gerir a "relação emocional" com o cliente que, numa perspectiva figurativa, se traduz numa ponte com sentido bi-direccional, através da qual se projectam mensagens motivacionais, tendentes a desenvolver e a aprofundar os laços bilaterais dessa relação.
Com o passar do tempo, e à medida que a relação se desenvolve e intensifica, será possível criar um maior ajustamento às necessidades e atitudes dos clientes e tornar mais relevantes as mensagens entretanto trocadas.
A construção da lealdade dos clientes passa pela tentativa de retenção dos clientes certos, pela maximização do valor actual da relação numa óptica de investimento, pela antecipação e, se possível, eliminação das causas de abandono e pela conservação dos clientes actuais, através de acções dirigidas e personalizadas.
Uma eficaz gestão da relação com o cliente pressupõe uma resposta uniforme e coerente da empresa em todos os momentos da relação, pressupõe uma adequada gestão individualizada do cliente (ou, como refere Don Peppers, de um “marketing-one-to-one”).
Por outro lado, a alteração dos comportamentos-tipo dos consumidores, leva a que se tenha de atender à multiplicidade de escolhas que este efectua, por vezes em função dos diferentes ambientes em que está inserido e do respectivo contexto (ou, como refere Dubois, do novo “marketing situacional”.
Um quadro superior de empresa frequentará certamente os melhores restaurantes da cidade, vestirá no seu dia-a-dia algumas das mais caras, clássicas e conhecidas marcas, viajará em classe executiva, mas provavelmente também irá comer com os seus filhos ao McDonalds, viajará de avião com a família algumas vezes em classe económica e usará roupa desportiva nos fins-de-semana.
No domínio da gestão da relação e, em particular, nos EUA, algumas empresas financeiras começaram já a pôr em prática políticas de retenção devidamente individualizadas, atendendo ao valor económico e ao risco dos clientes, procedendo a ofertas personalizadas àqueles cujo risco de abandono é mais elevado e cuja potencialidade de relação rentável com a empresa é mais elevado.
A possibilidade de uma eficaz prática de CRM, obriga igualmente a empresa a dispôr, não só uma óptima preparação da equipa de vendas, da equipa de contacto, de instrumentos de suportes de informação adequados mas igualmente de uma própria estruturação da empresa numa óptica de pensar cliente.
Alguns erros têm, contudo, sido cometidos:
- Aproveitar as oportunidades de contacto não significa aproveitar a potencialidade dos novos instrumentos de informação sobre o cliente e, com um objectivo de cross-selling, tentar vender até ao limite, os produtos que o cliente tem da empresa, não tendo em atenção se isso corresponde, de facto, ao interesse do cliente.
- A prossecução de objectivos de vendas de curto prazo é muitas vezes incompatível com objectivos de fidelização, os quais são seguramente de médio/longo prazo.

A implementação de uma estratégia de CRM, passa pela prossecução sistemática e permanente de uma dada metodologia que se traduz em:
- Identificar e Diferenciar os clientes (necessidades, hábitos, atitudes, preferências)
- Ouvir e Interagir com eles (disponibilizar acessos alternativos com uma estrutura de preço decorrente dos custos do serviço e do respectivo valor acrescentado). Cada novo contacto deverá reflectir a acumulação bilateral de conhecimentos anteriores
- Ajustar a Oferta a cada um deles

Em termos práticos, em suma, a possibilidade de executar uma tal política obriga a:
- Um conhecimento das características de cada cliente, no domínio das necessidades e interesses e no domínio comportamental, facto que permite a disponibilização de uma oferta única e diferenciada, porque ajustada a cada um.
- Um conhecimento efectivo e disponível a cada momento, do historial da relação do cliente com a empresa, o qual através de uma análise das transacções efectuadas e do comportamento expectável, conduza à determinação de um determinado modelo de relação
- A disponibilização, à área comercial da empresa, de uma oferta flexível e susceptível de adaptação aos interesses de cada cliente
- A disponibilização de um Sistema de Informação de Marketing que permita:
- Conhecer o cliente e o valor actualizado estimável da relação ao longo do tempo (lifetime value)
- Indiciar comportamentos
- Despoletar momentos de contacto
- Transformar os contactos em oportunidades de venda
- Recolher o feed-back e assegurar uma atitude e um serviço pós-venda compatível com as expectativas do cliente.

…através de direct mail, e-mail, web sites, call centers, database software etc.

Mesmo sem ter nada estudado de marketing os nossos comerciantes ancestrais, sempre souberam da importância de reter o cliente através de uma atitude relacional, naturalmente compatível com os seus meios e conhecimentos.
A evolução dos tempos levou contudo à impossibilidade de pôr em prática – pelo menos nos grandes espaços e nos grandes aglomerados populacionais – essa forma de relação, baseada muito no conhecimento empírico e individual da parte do vendedor ou do prestador do serviço.
A existência dos grandes espaços comerciais e relacionais, físicos ou virtuais, e a aparente impossibilidade de continuar a oferecer um serviço personalizado ao cliente, criou a necessidade do desenvolvimento de soluções técnicas, designadamente no domínio dos sistemas de informação.
Neste sentido, as novas soluções de CRM permitem deter uma visão individualizada do cliente, possibilitando a adequação de um serviço, com base num sistema de informação integrado, o qual embora “industrializado”, é customizável no momento de contacto com o cliente.

Uma estratégia bem sucedida de Gestão Relacional do Cliente terá de ter como consequência que todos os interventores sejam ganhadores:
- Cliente – Ajustamento do serviço. Satisfação.
- Empresa – Fidelidade do cliente. Melhores resultados no médio/longo prazos

CRM, de alguma forma e sem qualquer acepção perjorativa, a “reinvenção da mercearia” ou a “mercearização do supermercado”.
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Carlos Manuel de Oliveira
Conferência sobre CRM, Lisboa, CCB
9 Fevereiro 2000