Friday, May 16, 2008

Do Low Cost ao No Cost

É extraordinária a capacidade de adaptação da gestão de marketing e de clientes aos novos ambientes concorrenciais.
Não há muitos anos atrás - uma, duas décadas no máximo e talvez nem tanto - quando um cliente se dirigia a um serviço ou a uma loja para reclamar sobre algo que, em seu entender, não estaria bem, como um produto estragado ou avariado o empregado da loja, em primeiro lugar, tentava convencer o cliente que o produto estaria bem à saída da loja e que certamente teria sido ele a estragá-lo.
Mais tarde e, em primeiro lugar o grande comércio – o principal dinamizador da mudança – começa a pôr em prática regras de devolução automática de produtos, caso o cliente não estivesse satisfeito, independentemente de aquele estar ou não deteriorado.
Entretanto, defendia-se, em marketing, que bastaria acrescer o valor, a exclusividade do produto, para se poder aumentar o preço... e surgem as low cost em diversas áreas de actividade, oferecendo produtos, serviços – igual valor percebido – mas a preço reduzido. Estava-se a pôr em causa “o genericamente aceite e defendido” até ao momento. Facto é que, hoje, proliferam empresas e marcas low cost oferecendo serviços de qualidade a preços – ao valor – para os quais o consumidor é atraído e conquistado.
Uma nova corrente começa a surgir, do “no cost” a que os “futurists” da Trendwatching chamam “Free Love”. Novas técnicas e modelos de negócio suportam a oferta sem custo de produtos aos consumidores, de certo também consequência da globalização, dos “low cost producers” mas, principalmente, pela criatividade dos marketeers.
O “Free Love” atravessa horizontalmente todos os campos da actividade económica, da imprensa (Metro, Global) às telecomunicações (Skype, Fring), das companhias aéreas (Easy Jet, Vueling), ao aluguer de automóveis (Laudamotion/Smart), dos livros escolares (Freeload Press) ao armazenamento de fotos (Flickr) ou à música (Kazaa).
O “Free Love” é também uma nova forma de “tryvertising”, de levar os consumidores a experiências e à experimentação de produtos que, supostamente, os podem catapultar à compra de outros de maior valor.
Como dizem os autores está-se no limiar de uma nova “Free Love Generation” não já, como a expressão poderá de imediato induzir, do rejuvenescimento da Geração Hippie dos anos 70, mas de uma nova geração consumista e experiencial.
Viva a concorrência.
CMO
Maio 2008