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AS ELEIÇÕES, OS POLÍTICOS E OS RESULTADOS
O resultado das recentes eleições legislativas mostrou que os portugueses desejam a mudança. Em meu entender, arrisco concluir, que mais do que mudança ideológica, a maior mudança que aspiram é a criação de melhores condições sociais e económicas que propiciem um melhor desenvolvimento da economia e da sociedade. Neste domínio, certamente que todos estarão de acordo, trabalhadores por conta de outrem, por conta própria, empresários, cidadãos em geral.
Julgo mesmo que a motivação no voto do PS desta vez terá sido a mesma que terá levado em eleições anteriores – pondo de lado os militantes de cada um dos partidos, cujo sentido de voto é, em princípio, conhecido à partida – levado à maior votação no PSD.
Pretendo com isto concluir que, mais do que discussão ou posicionamento político-partidário, o que unirá os portugueses neste “movimento de mudança” é a vontade de progredir na escala ascendente das condições globais de vida, o que só será possível se for criado um melhor ambiente para o desenvolvimento dos negócios. Para isso, servem as empresas e a economia.
O marketing está igualmente ao serviço desses objectivos. Esperamos, assim, que as condições sejam criadas, apesar da aparente solução/perigo? encontrada de uma maioria absoluta, que poderá ser levada à tentação de interpretar pela dita “viragem à esquerda” dos portugueses, traduzida nos votos expressos, que estes desejam agora uma sociedade totalmente diferente da que vinha sendo o percurso anterior, mais estatizada e mais dependente do poder público.
Não cremos – ou não queremos acreditar – que isso venha a acontecer, porque se vier, daqui a quatro anos todos estaremos a especular qual a razão “ideológica” para uma possível nova viragem “à direita”.
A economia para crescer não pode estar constantemente a andar para a frente e para tràs; se ontem queríamos todos privatizações, hoje certamente que não deveremos ter mudado de opinião e querermos todos novas estatizações de empresas ou de serviços. Por isso, esperemos que a nova maioria saiba interpretar o que de estratégico é importante para o país, numa perspectiva de continuidade e de médio/longo prazo e resista a pôr em causa algumas das boas coisas que outros fizeram, só porque “isso não foi por eles feito e se tratam de políticas “de direita”.
A estabilidade e a visão de prazo servirá também para que as actividades ligadas à comunicação e à publicidade possam retomar a tendência positiva que esporadicamente tiveram no primeiro semestre de 2004.
Como referia no editorial da edição anterior esperemos que os políticos, tão ricos em promessas eleitorais, tenham a vontade e a capacidade de cumprir aquele princípio-base do marketing que estabelece que as realizações, aquilo que é entregue aos consumidores e aos cidadãos não pode ser inferior à promessa efectuada anteriormente.
Todos esperamos. Os portugueses agradecem.
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Carlos Manual de Oliveira
Nota Editorial Marketeer
Março 2004
Tuesday, March 01, 2005
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