O TRIBUTO QUE SE IMPÕE
Como temos vindo a anunciar, o ano de 2007 é de particular relevância para a APPM, pelo simbolismo que sempre se atribui a um aniversário “redondo”.
É este o 40º ano de actividade desta organização, efeméride sempre de comemorar, principalmente pelo pioneirismo assumido pelas nossos colegas fundadores, numa época em que de marketing pouco ou nada se falava em Portugal e, mesmo, se tinha alguma desconfiança quanto ao seu interesse e formas de actuação.
Foram, de facto, pioneiros da matéria, empresários, dirigentes de empresas com algum toque académico encontrado no então ISCEF, actual ISEG, Instituto Superior de Economia e Gestão.
Deixamos aqui o agradecimento, que cremos colectivo desta classe de profissionais e certo, da forma de fazer negócios em geral, pelo impacto que esta ciência e arte de gestão vieram a introduzir nas suas práticas, pelo papel informativo, formativo e dinamizador, que aqueles profissionais lideraram durante alguns anos.
Agradecimento expresso aqui vivamente àqueles que ainda hoje estão connosco – como o grande dinamizador da ideia, Dr. Luis Barbosa, actual Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, e homenagem a alguns deles que infelizmente já nos deixaram, como o primeiro Presidente desta organização, designada ao momento SPC(M), Dr. Manuel Duarte Pereira. O nosso tributo também a outros membros dos primeiros Corpos Sociais, Drs. Bráulio Alves Barbosa, Raul Baptista Nunes, João Frazão de Faria, António Alves Martins, Acácio Pereira Magro, Júlio Cândido Ferreira, Carlos Quintanilha Mantas, Abel Pinto Repolho Correia, Carlos Jorge da Costa Barral, Samuel Levy, André do Nascimento Rafael Correia, Luís Justino Lopes Gregório, Augusto Leite Ferreira dos Santos e Fernando da Silva Figueiredo.
Finalmente, e não em menor grau, o agradecimento também a todos os restantes colegas que passaram ao longo dos anos pela Direcção, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal da SPM, agora APPM.
A IX SEMANA NACIONAL DO MARKETING
A Direcção encabeçada pelo Dr.Vicente Rodrigues à qual tivemos também, no seu último mandato, o prazer de pertencer, levou então a cabo no ano de 1999, um novo conceito que veio a florescer, a desenvolver-se e a criar uma posição única no domínio da informação e divulgação técnica do marketing e da gestão em Portugal. Referimo-nos à Semana Nacional do Marketing e aos diversos eventos que a compõem.
Dois grandes Congressos, “Congresso Internacional de Marketing”, dirigido aos profissionais e o “Congresso dos Estudantes de Marketing e Comunicação”, constituem hoje dois exemplos únicos no panorama deste tipo de eventos em Portugal. O “Salão Português de Marketing” e os “Encontros do Marketing”, completam o panorama de uma Semana rica em acontecimentos desta área do conhecimento e da prática empresarial.
Objectivamente, procura a APPM em cada ano, trazer à discussão o que mais de novo povoa o cenário da teoria e da prática da disciplina, actualmente indissociável da gestão.
Tentamos percorrer as diversas áreas da prática e da teoria do marketing, através de muitos especialistas, académicos, consultores, gestores, marketers numa palavra só, portugueses e estrangeiros.
O Congresso deste ano foi designado por “Disruption Point”. Mais uma vez vamos falar das novidades, mais para uns que para outros certamente, mas sempre trazidos sob a promessa da qualidade e profissionalismo que as suas personalidades, empresas e marcas, colocam no mercado.
Disrupção pressupõe Inovação, mas é perante ela ainda mais exigente. Exige o despertar da criatividade latente em todos, mas muitas vezes não totalmente aproveitada, quer pela demasiada habituação e comodidade na adopção das práticas “habituais”, quer por vezes pela inexistência de condições concretas nas empresas, que facilitem e permitam a assumpção de novos riscos, por vezes disruptivos, que sempre a inovação implica.
Mais uma vez este ano, - e acreditamos muito no que fazemos – ousaríamos dizer que será um dos melhores painéis jamais vistos em Portugal num só evento. Grandes responsáveis empresariais, consultores, professores, virão trazer o que de melhor se faz a nível do marketing actual.
Os recursos de uma organização como a nossa, não obstante o seu papel único, são sempre escassos. Dependem dos nossos sócios, dos nossos patrocinadores, daqueles que estão presentes nos nossos eventos.
Apesar dos elevados custos de organização que uma “Semana” destas implica, mantemos teimosamente o intuito de, desde 1999, continuar anualmente a levá-la a cabo. Cremos que isso é do interesse dos nossos associados, dos profissionais de marketing e gestão, da nossa economia.
Sabemos que a evolução se faz, na maioria dos casos, através de descontinuidades introduzidas na “forma tradicional de fazer as coisas”, na capacidade de inovação, na disrupção. Por isso, entusiasmámo-nos em organizar o Congresso deste ano em torno deste tema.
Estamos, uma vez mais certos, que nos iremos confrontar, entre os próximos dias 25 e 31 de Outubro, com apresentações de elevada qualidade e experiências que, mais que não seja, nos ajudarão a despertar para o equacionar da pertinência da forma como fazemos as coisas e o encarar do futuro numa lógica que muitas vezes, não será mais do que pôr em causa tudo o que fazíamos anteriormente.
Todos gostamos falar de inovação, será mesmo “politicamente correcto” o fazermos, mas muitas vezes, por nossa iniciativa passiva, ou por condicionamentos que nos impõem, quase que rejeitamos implicitamente “a mudança”.
Acreditamos que não é necessário destruir tudo o que se fazia anteriormente, pondo em causa “tudo”, pressupondo que será passado “está mal”. O que é necessário é estar desperto e ter a capacidade de critica e auto-crítica para pensar se podemos fazer diferente e melhor.
Queremos acreditar que esta Semana e os 2 Congressos que dela fazem parte, para os profissionais e para os estudantes do ensino superior nos sirvam, aos que já trabalham e aos que estão a terminar a sua formação para o virem a fazer, para em um ou dois dias afastados do nosso quotidiano habitual, para ouvir especialistas, trocar experiências e colocar-nos numa atitude auto-reflexiva quanto às nossas práticas de trabalho, com o objectivo de aumentarmos o seu resultado e melhor contribuirmos para o crescimento e desenvolvimento económicos do nosso país.
Por diversas razões 2007 é um ano de muito significado para nós. A APPM comemora o seu 40º aniversário; fomos eleitos para a presidência da Confederação que agrega e representa os profissionais de marketing europeus, a EMC; Portugal assume a presidência da União Europeia e um português encabeça os destinos da Comissão Europeia... e, vá lá, não obstante os resultados obtidos, também pela primeira vez conquistámos uma presença no Campeonato do Mundo de Râguebi!
Mas, retomando o sentido desta nossa Nota, esperamos por si nos eventos que se aproximam. Esteja connosco nesta nova Semana do Marketing. Ela é feita a pensar em si.
Carlos Manuel de Oliveira
Presidente, APPM
Chairman, EMC, European Marketing Confederation
Saturday, October 20, 2007
Monday, October 01, 2007
SOBREVIVER EM CRISE
Conversando há uns dias com um amigo meu, entre duas bebidas num dos fancy bars da capital, dizia-lhe eu: tenho de escrever um texto para uma revista e no meio de tanta coisa, ainda não tive tempo de pensar sobre que assunto o deveria fazer. Ele disse, já pensaste como os últimos desenvolvimentos nos mercados mundiais têm vindo a ter cada vez mais implicações em todas as áreas dos negócios?
Pois é, boa ideia! Na realidade, factos sucessivos parecem cada vez mais dificultar as tarefas e os negócios dos profissionais de todas as áreas de actividade e as funções de todos os profissionais.
O preço do petróleo parece não deixar de subir; a crise imobiliária nos EUA conduz a novos impactos na economia americana, logo na mundial; o preço das matérias primas agrícolas começou a disparar; o euro sobe em relação ao dólar; regista-se aparente dicotomia entre as intenções do FED e do BCE quanto ao nível das taxas de juro; e nós, temos de recuperar o atraso tradicional e estrutural da nossa economia face aos níveis médios europeus. Não é tarefa fácil. As opiniões, com carga política evidente, dividir-se-ão, se estaremos no bom caminho, o que é certo é que a imaginação e o saber dos gestores é desafiada aos seus limites. Neste campo, o papel dos profissionais de marketing é certamente mais difícil. Mais difícil, pela requerida sempre maior imaginação para inovar; mais difícil pelas circunstâncias de sermos um pequeno país aberto à concorrência mundial; mais difícil, porque em tempos de crise, nem sempre há uma leitura correcta da função marketing nas empresas, sendo os orçamentos dedicados a esta “função” ainda mais limitados, em particular nas empresas de menor dimensão.
Certo que o ultrapassar desta situação requer, no domínio das maiores empresas, uma assumpção que o marketing é estratégico para a gestão empresarial; no domínio das pequenas e médias empresas, da libertação do sufoco a que são sujeitas pela pressão sobre os pagamentos - ou o atraso deles – que as grandes unidades fazem sobre as unidades de menor dimensão, estrangulando a sua tesouraria, colocando-os por vezes no limiar da sobrevivência, ao sofrerem pressões de todo o lado, dos fornecedores, pelos prazos de pagamento e corte eventual de fornecimentos; dos clientes, pelos atrasos nos pagamentos dos produtos fornecidos; pelo Estado, cego e não contemplativo, quanto ao IVA facturado mas, muitas vezes, não recebido; pelos colaboradores, que justamente querem receber os seus salários; a banca que nestas situações pouco apoia.
No meio disto tudo, numa sociedade em que se tenta incentivar o empreendedorismo – o que, aliás, concordamos - mas na qual as situações concretas do seu exercício não são muito favoráveis, resta concluir que a vida de pequeno empresário é difícil, estando muitas vezes totalmente focalizada na sobrevivência e não na desejável expansão e inovação do negócio.
Outubro 2007
Pois é, boa ideia! Na realidade, factos sucessivos parecem cada vez mais dificultar as tarefas e os negócios dos profissionais de todas as áreas de actividade e as funções de todos os profissionais.
O preço do petróleo parece não deixar de subir; a crise imobiliária nos EUA conduz a novos impactos na economia americana, logo na mundial; o preço das matérias primas agrícolas começou a disparar; o euro sobe em relação ao dólar; regista-se aparente dicotomia entre as intenções do FED e do BCE quanto ao nível das taxas de juro; e nós, temos de recuperar o atraso tradicional e estrutural da nossa economia face aos níveis médios europeus. Não é tarefa fácil. As opiniões, com carga política evidente, dividir-se-ão, se estaremos no bom caminho, o que é certo é que a imaginação e o saber dos gestores é desafiada aos seus limites. Neste campo, o papel dos profissionais de marketing é certamente mais difícil. Mais difícil, pela requerida sempre maior imaginação para inovar; mais difícil pelas circunstâncias de sermos um pequeno país aberto à concorrência mundial; mais difícil, porque em tempos de crise, nem sempre há uma leitura correcta da função marketing nas empresas, sendo os orçamentos dedicados a esta “função” ainda mais limitados, em particular nas empresas de menor dimensão.
Certo que o ultrapassar desta situação requer, no domínio das maiores empresas, uma assumpção que o marketing é estratégico para a gestão empresarial; no domínio das pequenas e médias empresas, da libertação do sufoco a que são sujeitas pela pressão sobre os pagamentos - ou o atraso deles – que as grandes unidades fazem sobre as unidades de menor dimensão, estrangulando a sua tesouraria, colocando-os por vezes no limiar da sobrevivência, ao sofrerem pressões de todo o lado, dos fornecedores, pelos prazos de pagamento e corte eventual de fornecimentos; dos clientes, pelos atrasos nos pagamentos dos produtos fornecidos; pelo Estado, cego e não contemplativo, quanto ao IVA facturado mas, muitas vezes, não recebido; pelos colaboradores, que justamente querem receber os seus salários; a banca que nestas situações pouco apoia.
No meio disto tudo, numa sociedade em que se tenta incentivar o empreendedorismo – o que, aliás, concordamos - mas na qual as situações concretas do seu exercício não são muito favoráveis, resta concluir que a vida de pequeno empresário é difícil, estando muitas vezes totalmente focalizada na sobrevivência e não na desejável expansão e inovação do negócio.
Outubro 2007
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