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Enquanto há vida, há esperança? (*)
No limiar da tão propalada “silly season”, todos esperamos não vir a entrar brevemente num largo periodo de “seasons silly”. Tal tem a ver com os mecanismos dos regimes democráticos que, embora desejados e desejáveis, sempre causam algumas perturbações de “vamos ver o que acontece” por parte dos agentes económicos, perante a expectativa de resultados eleitoriais e, mais do que isso, o comportamento dos governos e partidos a eles ligados.
Certo que, perante a gravidade latente de algumas problemas nacionais, não só financeiros mas de projecto estratégico para a nossa economia, não irão os politicos sacrificar a tomada das medidas necessárias – por vezes impopulares – perante uma potencial tentação de medidas mais populares.
De qualquer forma, todos sabemos que os tempos não estão fáceis e, se muitas vezes parece – para os lisboetas – que andamos um pouco distraídos com aquilo que parece ser a evolução do país, muita ditada do ponto de comunicacional com o que dizem os telejornais e os politicos, na realidade se, por exemplo, olharmos o que se passa no vale do Ave, aí sim sente-se bem a crise e, mais do que isso, não se afigura claramente a luz ao fundo do túnel.
Não sei se tenho andado distraído – espero bem que sim – mas, de facto, não entendo qual o verdadeiro projecto estratégico para Portugal. Não o defendido por este governo em especial, mas fazendo um flash-back para os últimos 5-10 anos, onde está ele?
Ouvimos falar de turismo de qualidade, selectivo, qualificado e depois vê-se na imprensa que se projectam mais 100 000 apartamentos para o Algarve! Afinal estamos a concorrer com quem? Com Espanha? No way!
Mudam os governos, como aliàs é salutar em qualquer democracia mas parece que, contrariamente a outros regimes mais sólidos – como o britânico, por exemplo – nada fica de base estratégica de continuidade para a construção de um futuro diferente, excepto os erros cometidos pelos antecessors, que mais tarde ou mais cedo, aqueles que os criticavam, vão copiar.
Novo ano de actividade. Com um bocado de paciência, e um cinto em que não é possível fazer mais furos, lá vamos novamente esperar. O impossível?
Carlos Manuel de Oliveira
Nota Editorial Marketeer, Setembro 2005
Friday, September 02, 2005
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