marketing_mania
Estratégias de low-cost: algumas ideias avulsas (*)
As estratégias de low cost são determinadas principalmente pelos seguintes tipos de factores, de ordem macro e micro-económica:
- MERCADO – OFERTA/EMPRESAS
1. conjunturais: crise económica internacional
2. estruturais: concorrência internacional acentuada; globalização; eliminação progressiva de barreiras à circulação de produtos e à prestação de serviços; por um lado, automatização da produção permitindo fabrico a custos mais reduzidos; por outro, existência de mão-de-obra mutio barata for a da Europa e EUA
- MERCADO – PROCURA/CONSUMIDORES
3. grau de informação e percepção de valor por parte dos consumidores
4. escassez de clientes
- Estratégia existente em cada vez mais sectores para além dos mais tradicionais: vestuário, … aviação… até produtos de luxo
- Já acabou o tempo em que se pensava que se poderia estabelecer qualquer preço que, desde que o valor acrescentado para o consumidor fosse elevado, ele compraria. Actualmente, trata-se de acrescentar valor, sim, mas com preço idêntico ou até menor
- Regista-se a entrada de produtos na Europa e USA – extremo oriente – de qualidade e a preços mais baixos (estrutura de custos mais reduzida)
- Há por vezes situações em que os custos fixos de imobilização são tão elevados que mais vale vender o serviço a preços praticamente de dumping. P.e. aviões parados constituem encargos enormes o que levará as companhias a venderem o serviço praticamente a receitas marginais. Com o aumento potencial de pessoas a desejarem viajar, a estratégia tem tido também por objectivo alargar o Mercado, jogando-se mais na quantidade, logo pelos resulatdos derivados so aumento de tréfego
- Os consumidores, mais informados, querem mais por menos e valorizam a compra a preços inferiors mesmo de produtos tradicionalmente mais caros. Mais oferta, maior exigência dos consumidores
- Talvez uma nova “crise” de superprodução mundial mas que não pode ser resolvida como nos anos 30 nos EUA – escassez de clientes
- Quanto à eficácia junto dos consumidores:
- Globalmente a concorrência e a prossecução destas estratégias de preço leva à redução dos seus níveis, o que é bom para o consumidor
- Nalguns sectores creio que o efeito sobre a conquista de novos clientes é diminuto, devido à grande dificuldade de compreensão perante os diversos tarifários e promoções constants, qual a oferta mais interessante
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Carlos Manuel de Oliveira
19 Julho 2005
(*Base para entrevista ao Diário de Notícias, Julho 2005)
Friday, July 15, 2005
Friday, July 01, 2005
O marketing e a crise
O marketing e a crise
Fará parte da psicologia humana, de nós portugueses certamente, em periodos de crise económica aliviar o espirito culpando alguém, ou tentando encontrar algo responsável, pelos maus momentos que se vão vivendo.
Parece que um desses culpados é agora o marketing, pelo menos no entender de alguns mais puristas defensores do “Bom Selvagem”!
É necessário poupar – certamente que é – e, se não fossem os bancos porque “emprestam muito” aos consumidores e as restantes empresas porque “enchem os ouvidos e os olhos doas cidadãos com nefastas técnicas publicitárias” que “obrigam” os coitadinhos a comprar mesmo aquilo que não querem, estaríamos talvez bem melhor! (!!!)
Meus senhores, basta! Que eu saiba vivemos numa sociedade livre, de informação, em que uns tentam comunicar com outros, na procura de os persuadirem a preferirem as suas propostas. E onde está o mal? Persuasão não tem que ser sinónimo de mentira, há que comunicar sim, com regras transparentes e claras com os consumidores, que é a situação que é mais comum. Mas, não coloquemos estes no papel de inocentes e coitadinhos.
Se os cidadãos são adultos para efectuarem as suas escolhas políticas – onde, desejavelmente, a comunicação também não deverá ser enganosa – também o serão para efectuar as suas escolhas de consumo, senão qualquer dia qual Estado, qual Big Brother, poderia até desencadear mecanismos de vigilância para evitar que num dado momento de compra fôssemos impedidos de o fazer através de um qualquer mecanismo tecnologicamente sofisticado .
É certo que em momentos de crise económica todos deveremos estar conscientes das repercussões que as atitudes e comportamentos de cada um possam cumulativamente ter – “em termos macroeconómicos” – na sociedade em que vivem, e é bom que desenvolvamos uma responsável consciência social, mas não vamos exagerar e culpar as empresas por fazerem aquilo que devem fazer – tentar vender – e os cidadãos satisfazerem as suas necessidades – comprando, decidindo as suas próprias regras de utilização dos orçamentos que dispôem.
Por outro lado, “o marketing” não se limita à publicidade e à comunicação. O marketing disponibiliza instrumentos de reflexão e acção estratégica, normalmente responsáveis por saltos qualitativos significativos, mesmo em periodos de crise, porque mesmo durante estes periodos se registam experiências ganhadoras por parte daqueles com uma maior visão de negócio, de marketing. E é o somatório destes casos de sucesso – para além, claro, de uma necessária melhor gestão financeira por parte das contas públicas - que pode perfazer o sucesso macroeconómico e a saída da crise.
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Carlos Manuel de Oliveira
Nota Editorial Marketeer
Julho 2005
Fará parte da psicologia humana, de nós portugueses certamente, em periodos de crise económica aliviar o espirito culpando alguém, ou tentando encontrar algo responsável, pelos maus momentos que se vão vivendo.
Parece que um desses culpados é agora o marketing, pelo menos no entender de alguns mais puristas defensores do “Bom Selvagem”!
É necessário poupar – certamente que é – e, se não fossem os bancos porque “emprestam muito” aos consumidores e as restantes empresas porque “enchem os ouvidos e os olhos doas cidadãos com nefastas técnicas publicitárias” que “obrigam” os coitadinhos a comprar mesmo aquilo que não querem, estaríamos talvez bem melhor! (!!!)
Meus senhores, basta! Que eu saiba vivemos numa sociedade livre, de informação, em que uns tentam comunicar com outros, na procura de os persuadirem a preferirem as suas propostas. E onde está o mal? Persuasão não tem que ser sinónimo de mentira, há que comunicar sim, com regras transparentes e claras com os consumidores, que é a situação que é mais comum. Mas, não coloquemos estes no papel de inocentes e coitadinhos.
Se os cidadãos são adultos para efectuarem as suas escolhas políticas – onde, desejavelmente, a comunicação também não deverá ser enganosa – também o serão para efectuar as suas escolhas de consumo, senão qualquer dia qual Estado, qual Big Brother, poderia até desencadear mecanismos de vigilância para evitar que num dado momento de compra fôssemos impedidos de o fazer através de um qualquer mecanismo tecnologicamente sofisticado .
É certo que em momentos de crise económica todos deveremos estar conscientes das repercussões que as atitudes e comportamentos de cada um possam cumulativamente ter – “em termos macroeconómicos” – na sociedade em que vivem, e é bom que desenvolvamos uma responsável consciência social, mas não vamos exagerar e culpar as empresas por fazerem aquilo que devem fazer – tentar vender – e os cidadãos satisfazerem as suas necessidades – comprando, decidindo as suas próprias regras de utilização dos orçamentos que dispôem.
Por outro lado, “o marketing” não se limita à publicidade e à comunicação. O marketing disponibiliza instrumentos de reflexão e acção estratégica, normalmente responsáveis por saltos qualitativos significativos, mesmo em periodos de crise, porque mesmo durante estes periodos se registam experiências ganhadoras por parte daqueles com uma maior visão de negócio, de marketing. E é o somatório destes casos de sucesso – para além, claro, de uma necessária melhor gestão financeira por parte das contas públicas - que pode perfazer o sucesso macroeconómico e a saída da crise.
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Carlos Manuel de Oliveira
Nota Editorial Marketeer
Julho 2005
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