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SERÃO AS MULHERES MESMO DIFERENTES DOS HOMENS?
A problemática do dossier desta edição – Marketing no Feminino – tem implícita a questão, serão as mulheres mesmo diferentes dos homens?
Nas últimas décadas, a chamada luta pela emancipação das mulheres, para além de justa enquanto a mulher é um ser humano com os mesmos direitos e deveres, sociais, políticos e com iguais oportunidades no mercado de trabalho que os homens veio, por outro lado, introduzir alguma confusão ou, pelo menos, ruído na compreensão e assumpção das diferenças naturais que aquelas, por vários motivos, biológicos, culturais, têm em relação aos homens.
Obviamente que não colocamos a questão em termos de superioridade ou inferioridade, pois neste campo não há diferenças, mas nas especificidades próprias dos seres masculinos e femininos, felizmente existentes.
Atendendo a essas especificidades, tem hoje sentido no âmbito da segmentação do mercado dos consumidores, encarar o sexo feminino com um grupo de primeiro nível, objecto naturalmente das sub-segmentações necessárias a incorporar as expectativas, comportamentos e life-style, próprios de cada um dos sub-grupos que possam ser identificados face àquelas diferenças.
Há algum tempo atràs lia um livro, cujo nome mais parece uma daquelas receitas americanas para vender rápido mas que, de facto à medida que as páginas se viram, verificamos que assim não é. A obra, “Por que é que os homens nunca ouvem nada e as mulheres não sabem ler os mapas das estradas”, dos psicólogos Allan e Barbara Pearse trata a problemática das diferenças entre os homens e as mulheres, com algum interesse, porque se baseia numa experiência empírica que se desenrolou ao longo de três anos, após aturada investigação, entrevistas e análise de publicações diversas em mais de vinte países de todos os continentes.
A conclusão evidente para os autores, é a de que homens e mulheres são diferentes. “...vivem em mundos diferentes, com valores diferentes e de acordo com um conjunto de regras diferentes”. O curioso das suas conclusões, factos nem sempre equacionados quando se debate este assunto, é de que essas diferenças não são, de facto, unicamente culturais e de tradição, mas também e com acentuada importência de cariz biológico/orgânico e de hábitos bem ancestrais que, remontando aos tempos pré-históricos, os séculos não terão logrado eliminar.
O resultado é que as mulheres tiveram, ao longo dos séculos, de fazer um enorme esforço de adaptação, pondo em prática as suas elevadas capacidades emotivas e de trabalho e, quem sabe, o seu sexto sentido, para se debaterem com o exercício das funções profissionais, de mães e, na prática, da gestão da família. Numa perspectiva talvez simplista, os homens “estão equipados para caçar, angariar o sustento, encontrar o caminho para casa, descansar e procriar”.
Não se poderá simplesmente concluir da total inevitabilidade histórica destes condicionalismos. O homem terá igualmente de fazer um esforço no sentido de se adaptar a um novo mundo, em que ele tem tido uma maior inércia à mudança, talvez por comodismo ou egoísmo.
Não pretendem estas palavras fazer moral, mas tão só gerar um alerta a alguns mais distraídos. Mas, sobretudo e mais que isso, prestar um tributo e uma homenagem à mulher, trabalhadora, profissional, mãe, companheira, merecedora de tudo a que tem direito mas, certamente e não menos por isso, diferente do homem.
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Carlos Manuel de Oliveira
Nota Editorial Marketeer
Junho 2003
Tuesday, June 03, 2003
Monday, June 02, 2003
O Desporto, a Economia e o(s) Velho(s) do Restelo
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O DESPORTO, A ECONOMIA E O(S) VELHO(S) DO RESTELO
Julgo que já será mais que tempo de acabarmos com as lamentações, a comiseração, o dizer mal, o melodrama, consequências do que pensamos – os portugueses - ser o peso do destino.
Na gestão macroeconómica, empresarial e mesmo do orçamento familiar, colocam-se sempre opções – ou os recursos não fossem escassos – de afectação dos meios financeiros a diversos fins, cujos impactos e custos de oportunidade são supostamente avaliados a priori.
Em tudo o que se faz na vida, qualquer que seja a decisão que se tome, poder-se-ia ter tomado outra. Na prática, há os que tomam decisões e os que passam a vida a discutir se as decisões que os outros tomaram forem bem tomadas.
Julgo que a força dominante do(s) velho(s) do Restelo – qual praga histórica – nos tem conduzido sempre a dizer mal de tudo e a esperar sempre o pior.
Vamos a alguns exemplos práticos. Muitos meses e até anos se passaram a discutir se a Expo 98 seria ou não rentável, ou mesmo a criticar se a mesma deveria ter lugar. Já muitos se tinham manifestado bastante críticos quanto à efectivação de Lisboa ou do Porto, como capitais da cultura, à construção da Ponte Vasco da Gama ou da Gare do Oriente, ao Centro Cultural de Belém ou a autoestrada para o Algarve.
Recuando “um pouco” mais, embora aqui assumidamente especulando, não sei – perdoe-me pela ignorância o Dr. José Hermano Saraiva – se iguais reacções negativas se terão produzido aquando da construção do Mosteiro dos Jerónimos ou da Torre de Belém. Talvez mesmo se as Pirâmides tivessem sido construídas em Portugal, alguém teria dito na altura que os padrões arquitectónicos seriam chocantes para a época.
Refiro estes factos sem tomar uma posição quanto aos mesmos, mas tão só para situar o problema da crítica, por vezes parecendo como de carácter “intelectual” e negativista dos portugueses.
Seguramente que as decisões tomadas poderiam ter sido outras. Certamente que os meios financeiros necessários à construção do autódromo do Estoril ou do Hospital Amadora-Sintra, só para exemplificar, seriam passíveis de utilização para outros fins. Provavelmente, poderíamos mesmo não ter aderido ao espaço europeu ou não ter feito uma qualquer outra coisa que se fez.
Por vezes, é necessário ter a coragem para tomar decisões que, aparentemente, parecem desadequadas mas que, ao mesmo tempo, são as que têm a capacidade de gerar saltos qualitativos em frente, no caminho do progresso e do desenvolvimento. Mais, conhecendo-nos a nós portugueses, será que teríamos algumas grandes realizações sem a existência de um objectivo, de uma meta muitas vezes fixada pelo exterior?
As respostas poderão ser diferentes. Mas, afinal o que é que estas palavras terão a ver com o marketing, a economia ou o desporto?
Tenhamos uma atitude positiva e construtiva. Sejamos ponderados e intelectualmente honestos. Saibamos aproveitar as janelas de oportunidade que se nos abrem. No futuro todos iremos beneficiar.
P.S.
Constituirá tarefa normal dos políticos, e também de todo o ser humano, sempre questionar aquilo que os seus adversários fazem e sobre os quais temos o direito de estar ou não de acordo, mas não é sobre esses que estas notas foram escritas.
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Carlos Manuel de Oliveira
Nota Editorial Marketeer
Maio 2003
O DESPORTO, A ECONOMIA E O(S) VELHO(S) DO RESTELO
Julgo que já será mais que tempo de acabarmos com as lamentações, a comiseração, o dizer mal, o melodrama, consequências do que pensamos – os portugueses - ser o peso do destino.
Na gestão macroeconómica, empresarial e mesmo do orçamento familiar, colocam-se sempre opções – ou os recursos não fossem escassos – de afectação dos meios financeiros a diversos fins, cujos impactos e custos de oportunidade são supostamente avaliados a priori.
Em tudo o que se faz na vida, qualquer que seja a decisão que se tome, poder-se-ia ter tomado outra. Na prática, há os que tomam decisões e os que passam a vida a discutir se as decisões que os outros tomaram forem bem tomadas.
Julgo que a força dominante do(s) velho(s) do Restelo – qual praga histórica – nos tem conduzido sempre a dizer mal de tudo e a esperar sempre o pior.
Vamos a alguns exemplos práticos. Muitos meses e até anos se passaram a discutir se a Expo 98 seria ou não rentável, ou mesmo a criticar se a mesma deveria ter lugar. Já muitos se tinham manifestado bastante críticos quanto à efectivação de Lisboa ou do Porto, como capitais da cultura, à construção da Ponte Vasco da Gama ou da Gare do Oriente, ao Centro Cultural de Belém ou a autoestrada para o Algarve.
Recuando “um pouco” mais, embora aqui assumidamente especulando, não sei – perdoe-me pela ignorância o Dr. José Hermano Saraiva – se iguais reacções negativas se terão produzido aquando da construção do Mosteiro dos Jerónimos ou da Torre de Belém. Talvez mesmo se as Pirâmides tivessem sido construídas em Portugal, alguém teria dito na altura que os padrões arquitectónicos seriam chocantes para a época.
Refiro estes factos sem tomar uma posição quanto aos mesmos, mas tão só para situar o problema da crítica, por vezes parecendo como de carácter “intelectual” e negativista dos portugueses.
Seguramente que as decisões tomadas poderiam ter sido outras. Certamente que os meios financeiros necessários à construção do autódromo do Estoril ou do Hospital Amadora-Sintra, só para exemplificar, seriam passíveis de utilização para outros fins. Provavelmente, poderíamos mesmo não ter aderido ao espaço europeu ou não ter feito uma qualquer outra coisa que se fez.
Por vezes, é necessário ter a coragem para tomar decisões que, aparentemente, parecem desadequadas mas que, ao mesmo tempo, são as que têm a capacidade de gerar saltos qualitativos em frente, no caminho do progresso e do desenvolvimento. Mais, conhecendo-nos a nós portugueses, será que teríamos algumas grandes realizações sem a existência de um objectivo, de uma meta muitas vezes fixada pelo exterior?
As respostas poderão ser diferentes. Mas, afinal o que é que estas palavras terão a ver com o marketing, a economia ou o desporto?
Tenhamos uma atitude positiva e construtiva. Sejamos ponderados e intelectualmente honestos. Saibamos aproveitar as janelas de oportunidade que se nos abrem. No futuro todos iremos beneficiar.
P.S.
Constituirá tarefa normal dos políticos, e também de todo o ser humano, sempre questionar aquilo que os seus adversários fazem e sobre os quais temos o direito de estar ou não de acordo, mas não é sobre esses que estas notas foram escritas.
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Carlos Manuel de Oliveira
Nota Editorial Marketeer
Maio 2003
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